A Câmara de Marechal Cândido Rondon recebeu, nesta segunda-feira (27), uma denúncia popular contra o prefeito Adriano Backes (PP). O documento foi assinado pelo suplente de vereador Rodrigo Marciano Pulga, popular Verde. Ele pede a apuração de suposta infração político-administrativa cometida pelo chefe do Executivo.

Segundo o texto protocolado, Backes teria autorizado despesas referentes à 35ª Oktoberfest, realizada nos dias 23 e 24 de outubro, sem a devida aprovação da Câmara Municipal. A acusação baseia-se no Projeto de Lei nº 055/2025, que solicita autorização da Câmara para o repasse de R$ 780 mil à PROEM (Fundação Promotora de Eventos).

O problema, conforme a denúncia, é que o projeto não foi votado antes da realização do evento, mas, ainda assim, a Prefeitura emitiu empenhos e realizou pagamentos.

Violação da legalidade orçamentária

No documento, Verde sustenta que o ato fere o princípio da legalidade orçamentária, previsto na Constituição Federal, na Lei de Responsabilidade Fiscal e na Lei Orgânica do Município. Ele cita dispositivos que vedam expressamente a execução de despesas sem autorização legislativa, o que, segundo a denúncia, poderia caracterizar crime de responsabilidade.

A denúncia solicita que o caso merece a formação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) e, se confirmadas as irregularidades, seja instaurada uma Comissão Processante contra o prefeito, que poderia resultar inclusive em cassação do mandato.

Verde também pede o encaminhamento dos autos ao Ministério Público e ao Tribunal de Contas do Estado.

“Esta denúncia não é contra a Oktoberfest, mas contra o uso irregular do dinheiro público”, escreve Verde no documento. “Gastar primeiro e pedir autorização depois é trair a confiança do cidadão e desrespeitar o papel do Legislativo”, acrescenta.

Clima político em ebulição

Embora a denúncia tenha caráter técnico e formal, bastou o protocolo para agitar os bastidores políticos.

Fontes ouvidas pelo Blog do Jadir comentam que o retorno dos vereadores titulares Marciel Escher (Republicanos) e Marciane Specht (União Brasil) à Câmara na semana passada pode ter ligação indireta com o caso, ainda que oficialmente o movimento tenha sido tratado como “normalização de mandato”.

Nos corredores, há quem interprete a coincidência como estratégia para recompor a base do prefeito em meio à denúncia, pois a presença dos suplentes Cristiano Metzner (Suko) e do próprio Verde no plenário poderia gerar desconforto ao Paço.

Mas, até o momento, nenhum dos parlamentares confirmou essa versão. E, mesmo que proceda, ninguém vai confirmar.

Próximos passos

Agora que o chope acabou, sobrou o barril de dúvidas.

Com o protocolo da denúncia, cabe agora à Mesa Diretora decidir sobre o recebimento e definir se o caso será lido em plenário e encaminhado para análise preliminar ou se será arquivada.

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