Pois é. Quatro Pontes, um município sempre tão exemplar, entrou para uma lista nada honrosa divulgada pelo Tribunal de Contas do Estado: a dos municípios que correm risco de ficar sem a complementação da União ao Fundeb em 2026.
O motivo? Falta de envio de dados contábeis e fiscais exigidos para o cálculo do VAAT — aquele índice que ajuda a definir quanto cada cidade merece receber para bancar a educação básica.
Estamos falando de um dinheiro que não é extra, não é mimo e muito menos bônus de desempenho. É recurso garantido em lei para ajudar a manter escolas funcionando, professores pagos e alunos aprendendo. E, mesmo assim, a Prefeitura de Quatro Pontes deixou a obrigação de lado.
A lista, publicada no fim de abril, é preliminar. Mas o prazo para regularizar a situação termina em 31 de agosto de 2025. Passou disso, tchau recurso. E aí não adianta fazer campanha em rede social, não adianta choramingar falta de apoio do governo federal. A culpa será, exclusivamente, da omissão local.
É curioso (pra não dizer revoltante) ver uma gestão que adora discurso de eficiência administrativa, mas tropeça justamente em algo tão básico quanto alimentar os sistemas oficiais com os dados devidos. Não é falta de aviso. O TCE alerta há anos.
Além de Quatro Pontes só mais quatro municípios da região Oeste estão na famigerada lista do Tribunal de Contas: Capitão Leônidas Marques, Cascavel, Santa Tereza do Oeste e Santa Terezinha de Itaipu.
O Fundeb não é favor, é direito. E colocá-lo em risco por negligência é um tapa na cara de quem depende da escola pública para estudar, se alimentar e ter alguma chance de futuro. Se a Prefeitura de Quatro Pontes não correr atrás do prejuízo, o maior rombo não será nas contas — será na dignidade do serviço público.