Cena 1: Câmara de Vereadores. Luzes acesas. Câmeras ligadas. Vereadora Tania Aparecida Maion se prepara para mais uma fala nas comunicações parlamentares.

Mas, antes mesmo de abrir a boca, sua assessora já está posicionada – não para filmá-la, como seria de se esperar, mas sim para capturar… a plateia. Sim, a plateia! Que, logo depois, levanta-se em bloco, em um gesto tão coreografado quanto constrangedor.

Estava ensaiado? Segundo o vereador Coronel Welyngton, sim. E ele afirma com todas as letras: “Foi uma ação orquestrada. Manipulação programada.”

Plateia em pé, vergonha alheia sentada

Mais do que um ato político, o episódio virou um espetáculo de vergonha alheia.

Com a frieza de quem viu tudo do alto da mesa diretiva, o Coronel narrou cada detalhe na sessão desta segunda-feira (12): primeiro a câmera da assessora de Tania Aparecida virada para o povo, a fala e, finalmente, o levante sincronizado daquela parcela da comunidade convocada para o ato.

Uma encenação daquelas em que o público não ri, mas se pergunta: será que eles acham que ninguém percebe?

Do 8 de janeiro ao palco municipal

O vereador Fernando Nègre não economizou: já na sessão passada reagiu e classificou a atuação como “antidemocrática”. Ele teve seu tempo de fala invadido na sessão anterior por gritos e gestos da plateia, mas não se calou. “Este não é o Congresso Nacional do 8 de janeiro que essa senhora vandalizou. Aqui tem gente que respeita a democracia”, cravou. 

Ontem mais uma vez acusou Tania de “mentir com frequência, arregimentar ingênuos — ou cúmplices — e trazer vergonha à Casa”. Foi além: “Tania custa caro ao município e não entrega absolutamente nada além de confusão.”

O drama, a lágrima e o mico

Já a vereadora, talvez se fazendo de desentendida, subiu à tribuna nesta segunda-feira como se fosse Joana D’Arc em chamas. Vestida de mártir, acusou os demais de autoritarismo, de silenciar o povo e de agredir mulheres. Um roteiro batido e talvez até com lágrimas na plateia — lágrimas que, ao que parece, já estavam no script.

Mas o que era para ser um protesto virou piada. A imagem dos “arregimentados” em pé, olhando para a câmera da assessora, virou meme e pauta para piada na feira. Viraram símbolo do que há de mais raso e oportunista na política: a manipulação barata da fé alheia em nome de ambições pessoais.

Se a ideia era causar impacto, conseguiram. Mas não como resistência — e sim como piada.

PS.: com o devido perdão aos Simsons pela imagem.

4 Replies to “Coronel denuncia o reality show da vereadora Tania

  1. Marechal virou ditadura e ninguém está sabendo ou isso é uma piada? Liberdade de expressão agora virou massacre? Oq ta acontecendo em Marechal? A câmara municipal não é mais a casa do povo ou mudou e ninguém foi informado?

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