A troca na direção do Departamento de Compras da Prefeitura de Marechal Rondon não passou despercebida. Como o Blog já havia antecipado, o antigo diretor Rodrigo Copetti foi exonerado e, em seu lugar, assumiu Luana Oliveira Schumann (foto), que já atuava no setor.
Até aí, tudo bem. Mas no mesmo momento em que a troca de comando foi oficializada, surgiu uma portaria determinando a abertura de um processo administrativo para apurar descumprimentos de obrigações ou notificações legais , ligada a uma decisão de suspensão de processo licitatório, datada de 24 de março. Coincidência?
O Blog buscou esclarecimentos. Questionado, o secretário de Administração, Valmir Monteiro, orientou que o pedido fosse formalizado via protocolo para a Procuradoria Jurídica do Município.
Traduzindo: o secretário evitou uma resposta direta, mas subjetivamente respondeu. Se não há relação entre as exonerações e a investigação, por que tanto cuidado? Um simples “não tem relação” encerraria o assunto.
Mas essa cautela toda sugere justamente o contrário e levanta novos questionamentos.
O que exatamente motivou a suspensão do processo licitatório? Que certame era esse? Qual a ligação entre isso e a exoneração do então diretor do setor? Houve alguma suspeita de beneficiamento de algum grupo econômico?
O Blog segue acompanhando. E, mais do que nunca, olhos abertos no Diário Oficial.
O acesso à informação não pode ser refém da burocracia
A Constituição e a Lei de Acesso à Informação (Lei nº 12.527/2011) garantem a todo cidadão — e, com ainda mais razão, à imprensa — o direito de saber o que está acontecendo na gestão pública. Quando um secretário municipal, diante de uma pergunta simples e objetiva, responde que o questionamento deve ser feito “via protocolo à Procuradoria Jurídica”, ele não está apenas sendo cauteloso: está colocando a burocracia como barreira entre o cidadão e a verdade.
O papel da imprensa é questionar, investigar e informar. E o papel de quem está na gestão pública é responder. De preferência, com respostas claras — não com burocracia. Quando isso não acontece, algo está fora do lugar.