Ontem (17) aconteceu mais um capítulo da novela que parece imitar o Teatro Municipal. A prefeitura confirmou que a empresa responsável pela obra de revitalização da Praça Willy Barth pediu para romper o contrato. A segunda empresa, vale lembrar.
Primeiro foi a Plena, que saiu após o falecimento do engenheiro responsável. Isso não tinha como prever. Depois veio a Engetela, de Minas Gerais, que também jogou a toalha. Enquanto isso, o que temos? Tapumes feios, mato crescendo e uma área nobre no centro da cidade abandonada. Dois anos depois do início, menos de 20% da obra concluída.
Mas o alerta deste artigo não é só sobre a praça. É sobre o que pode vir pela frente, justamente no maior canteiro de obras anunciado recentemente: a revitalização da Avenida Maripá. E aí, prefeito Backes, vereadores e secretários… vamos repetir os erros ou finalmente aprender com eles?
Um aviso que vem dos tapumes
Praça Willy Barth é o exemplo perfeito do que acontece quando planejamento falha, fiscalização não funciona e a burocracia das licitações públicas engessa tudo. No início, a promessa feita pelo ex-prefeito Marcio Rauber era linda: 15 meses, recurso próprio, nova praça para a população. Dois anos depois, o cenário é desanimador. E é só uma praça, em área isolada, sem afetar trânsito ou comércio.
Agora, imagine esse roteiro na Avenida Maripá?
Um canteiro de obras de 11 quadras num dos principais corredores da cidade, afetando diretamente comerciantes, motoristas, ciclistas, pedestres. Uma obra que paralisa, mesmo que por poucos meses, significa caos urbano, prejuízo nas vendas, sobrecarga no trânsito. O impacto vai muito além da estética: é na economia do município.
Maripá não pode virar um novo Teatro
O prefeito anunciou o projeto com pompa: R$ 10 milhões já assegurados, projeto moderno com ciclovias, novas calçadas, paisagismo. E é bom mesmo comemorar. Marechal Cândido Rondon precisa dessa obra, o comércio precisa, a cidade merece.
Mas é inevitável lembrar de outro símbolo do descaso com obras públicas: o Teatro Municipal. Iniciado em 2010, atravessou quatro administrações e até hoje não foi concluído. O que começou como sonho virou piada de mau gosto. Será que corremos o risco da Maripá entrar nesse mesmo hall?
Chegou a hora de fazer diferente
A obra da Avenida Maripá tem tudo para marcar uma nova fase em Marechal — desde que comece com planejamento sério. Que venha com projeto executivo completo, análise de risco, garantias contratuais. Que não caia na tentação do menor preço sem conferir a saúde financeira das empresas que queiram participar da execução da obra.
O prefeito Adriano Backes com o apoio do seu experiente secretário de Planejamento, Anderson Bento Maria, tem a chance de mostrar que aprendeu com os erros dos gestores anteriores, evidenciados na praça e do teatro. A Câmara de Vereadores tem a missão de fiscalizar. E a sociedade, o papel de cobrar. Porque dessa vez, os erros, se acontecerem, vão custar caro. Muito caro.
Está nas mãos da gestão atual fazer da Maripá o símbolo da eficiência — e não mais um corredor de tapumes que envergonha a cidade.