Na semana passada, a Prefeitura de Marechal Cândido Rondon apresentou à Câmara de Vereadores o pré-projeto de revitalização da Avenida Maripá. O que veio embalado com slides e boas intenções parece começar a esbarrar em uma questão que arde nos olhos e no coração: a remoção de árvores. Muitas árvores.
Segundo os dados apresentados na reunião e que constam do pré-projeto, das 303 árvores presentes ao longo do trecho de 11 quadras, 247 devem ser arrancadas. Sim, você leu certo: duzentas e quarenta e sete. Em troca, promete-se o plantio de 237 novas mudas. Uma espécie de “troca equivalente”, dizem. Mas será?
O vereador Fernando Nègre parece não ter engolido a história. Na sessão da Câmara de ontem (19), requereu o relatório completo, com fotos e detalhes, e usou a tribuna para expressar o que muita gente ainda não se deu conta: o impacto ambiental pode ser irreversível. Árvores maduras, que hoje seguram o calor e refrescam os passos de quem caminha ou pedala pela avenida, não serão substituídas da noite para o dia. Um broto não faz sombra.
O exemplo de Maringá

Nos últimos dias, estive em Maringá, acompanhando meu pai em um tratamento de saúde. E entre idas e vindas ao hospital, bastava levantar os olhos para perceber: a cidade é um oásis de verde em meio ao asfalto. Não por acaso, é reconhecida pela ONU como Cidade Árvore do Mundo.
Lá, árvores não são empecilhos: são patrimônio. São prioridade. São parte do plano, não um obstáculo a ser removido com “compensações técnicas”.
O povo será ouvido?
Em tempos de crise climática e temperaturas recordes, Marechal Cândido Rondon precisa escolher: quer mesmo trocar verde por concreto? Quer mesmo sacrificar um corredor natural em nome da “modernização”?
O governo promete audiência pública. A pergunta é: será para debater ou apenas para legitimar o que já está decidido?
Enquanto isso, as árvores seguem em silêncio. Mas talvez seja hora da população falar por elas. Mas será que isso adianta?
Lembro bem que quando, em 2010 ou 2011, inventaram de construir uma clínica na Praça Willy Barth. Na ocasião, muita gente se mobilizou contrário à obra. Até um abraço à praça foi feito. Mas, aquilo de nada adiantou. Prevaleceu a vontade política de dois ou três e a clínica foi construída ali, mesmo havendo dezenas de terrenos públicos para receber a obra.
Agora, pouco mais de 10 anos depois, a clínica simplesmente foi removida por que outro governante entendeu que ela não cabia no moroso projeto de revitalização da Praça Willy Barth.

Não sei se o povo será ouvido. No final das contas vão fazer o que bem entenderem. Os poderosos sempre mandam mais. E com estacionamento modificado na avenida maripá (tirando os carros do meio da avenida para estacionar na frente das vitrines e portas das lojas), não acredito que o comércio fique muito contente. A favor de um abaixo assinado contra essa remodelação sem sentido algum!
Saudações. O bom seria, antes do início efetivo da obra de revitalização, plantar outras árvores, zelar delas e cuidar que se firmem bem. Levaria cerca de 2 anos no minimo. Aí as árvores novas, bem enraizadas e com quantidade mínima de galhos e com folhas, indicados em estudos técnicosŵ, iniciar a obra. Plantio e replantio nas calçadas ou passeios laterais e nos canteiros. centrais. Havia muitas muitas árvores antigas ou nem tanto que foram retiradas, arrancadas ou simplesmente cortadas rente ao chão. Necessário ver se a retirada foi autorizada por alguem ou algum órgão competente. Se não foi, autorizado, reponsabilizar judicialmente o autor ou autores. Parece tratar-se de crime ambiental.
Cada um deve pressionar seu candidato afinal foram eleitos pra nos representar. Nao quero que aconteça igual a Sta Catarina que ate hoje é linda e intransitável em diad de calor. Marechal é reconhecida pela quantidade de árvores