Nem bem esfriou a cadeira deixada por Maria Claudete Kozerski e o governo Backes e Sauer já nomeou Márcia Adriana Winter como nova secretária municipal de Educação — pelo menos interinamente.

A portaria de nomeação foi publicada no Diário Oficial desta sexta-feira (9), um dia após a exoneração oficial da antecessora. Márcia já ocupou o mesmo cargo no primeiro mandato de Marcio Rauber, entre 2017 e 2020, e agora retorna à função em um momento turbulento, com a classe insatisfeita, as escolas com problemas estruturais, a tabela salarial defasada e a gestão acuada.

Solução ou escudo?

A dúvida que paira no ar: Márcia veio para organizar a casa ou para segurar o rojão?
A nomeação como “interina” sugere uma solução provisória, quase emergencial. Mas há quem aposte que, se o clima político permitir, ela pode sim ser efetivada.

Afinal, experiência na pasta ela tem. Mas será que isso basta para lidar com um governo que, até agora, demonstrou mais habilidade para se esconder do que para dialogar?

E a classe?

Na assembleia de ontem (08), os professores decidiram aguardar a posição do STF antes de qualquer movimento de paralisação ou judicialização. A previsão é que o STF julgasse nesta sexta-feira a questão do piso.

Mas a tão aguardada decisão do Supremo Tribunal Federal sobre a aplicação do piso do magistério não saiu. Ela foi suspensa após pedido da CNTE (Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação), que quer que o julgamento ocorra de forma presencial e não virtual. O STF, por cautela, suspendeu o início do julgamento para analisar o pedido.

Respiro institucional

A decisão do STF garante à nova secretária pelo menos alguns dias de “respiro institucional”. Mas o tempo é curto e a paciência da categoria menor ainda.

Márcia chega com bagagem, mas também com uma bagunça herdada. O momento exige mais que currículo: exige pulso, autonomia e disposição para dialogar com quem está há muito tempo sendo ignorado.

Se a nova secretária apenas ocupar a cadeira sem enfrentar os desafios — e sem o respaldo político necessário — será apenas mais um nome no Diário Oficial, nessa gestão que coleciona crises e terceiriza responsabilidades.

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