Na manhã desta quinta-feira (08), enquanto professores se organizam para decidir, em assembleia extraordinária, se partem para paralisação ou judicialização da causa do piso salarial, a Prefeitura de Marechal Cândido Rondon apareceu com outra notícia: o pedido de exoneração da secretária de Educação, Maria Claudete Kozerski.
Segundo nota oficial, a saída se deve a “razões pessoais”, “criteriosa reflexão” e “desejo de renovação”. Faltou só dizer que o ciclo se encerra “com gratidão e espírito de missão cumprida”.
Mas nos bastidores, a frase que circula com mais força nos grupos de WhatsApp não é essa. São outras, bem mais autênticas: “Não aguentou a pressão.” E também: “Não aguentou a desorganização.”
Desgaste e silêncio
Maria Claudete foi a única representante da gestão Backes e Sauer que teve coragem de enfrentar, sozinha, uma audiência pública lotada, onde se discutia abertamente a insatisfação com o não pagamento do piso na base da carreira.
Prefeito e vice alegaram “compromissos previamente agendados”, em ofício enviado em cima da hora para a Câmara.
Desde então, ela ficou isolada entre a técnica e a política, tentando conciliar a escassez de soluções com o excesso de cobrança.
A possibilidade da saída já era comentada há semanas — a exoneração apenas confirma o que o silêncio da gestão já sugeria: ninguém quer segurar uma bronca que não pode resolver.
E agora, quem assume?
A pergunta que ecoa hoje nos corredores da Prefeitura (e principalmente nas salas de aula) é: quem terá perfil, coragem e paciência para assumir a Educação num governo que foge do diálogo e joga a culpa no Fundeb, no STF e até na tabela do Excel?
Mais do que nunca, o problema do piso virou um vácuo administrativo.
Quem aceitar a cadeira agora precisa saber que o assento vem com um manual de crise no colo e uma categoria inteira na porta.
Teve gente que ironizou: “Parece que o Sauer vai assumir essa secretaria também. Dizem que ele é muito bom pra dialogar com os professores”.
Ironias a parte, desejamos boa sorte ao (a) novo (a) secretário (a). Vai precisar.
Reconheceu a dívida para com os professores, foi vazada.