O União Brasil e o Progressistas (PP) anunciaram oficialmente nesta terça-feira (29) a criação de uma federação partidária. A aliança será chamada de União Progressista e terá a maior bancada de deputados na Câmara, o maior número de prefeitos e as maiores fatias de recursos públicos para financiamento de campanhas e pagamento de despesas partidárias.
Mas, a recém-lançada federação nem nasceu e já gera muitas dúvidas aqui no quintal rondonense. A pergunta que ecoa pelos corredores da política local é quem vai dar as cartas da nova federação em Marechal Cândido Rondon?
Se fosse no ano passado estaria tudo tranquilo, mas depois que o ex-prefeito Marcio Rauber (União Brasil) e o atual mandatário Adriano Backes (PP) quebraram os pratos, a coisa não vai ser tão linda assim. Marcio é o presidente do União, enquanto que o PP é presidido pelo secretário de Desenvolvimento Econômico e vereador licenciado Claudinho Koehler, que se move em silêncio, mas com a caneta do Executivo por perto.
Resposta virá e fora
Tenho um palpite que a resposta virá de fora. Mais precisamente de Dilceu Sperafico, deputado federal e patriarca do PP na região. Conhecido por ser discreto, mas implacável, Sperafico já tem um plano: lançar seu filho, Natan, a deputado estadual em 2026. E para isso, precisa de um diretório afinado — nada de marolas vindas de Marcio.
A julgar pelos ventos, o comando da federação municipal deve ficar com o grupo de Backes e Claudinho. Marcio, por sua vez, corre o risco de virar visita na própria casa.
Além disso, grande parte do atual grupo situacionista, inclusive o próprio prefeito Backes, já declarou o apoio formal a Hussein Bakri (PSD), que não é de nenhum dos dois partidos, mas tem canalisado recursos para o município e já foi bem votado na eleição passada.
PL continua acenando
Sem espaço garantido na federação e com ambição de ser deputado estadual, Marcio Rauber pode ceder aos encantos do PL de Fernando Giacobo, que já acenou com tapete vermelho e legenda garantida.
Seria um movimento ousado, mas também arriscado: Rauber trocaria o centrão pela trincheira bolsonarista, com tudo o que isso implica — inclusive um discurso mais inflamado e um novo time de aliados, que já lhe viraram as costas uma vez.
No fim das contas, o que em nível nacional é vendido como “união progressista” por aqui pode virar um progressivo rompimento. O velho jogo das cadeiras vai começar: quem sentar primeiro, segura o trono. Os outros… correm atrás do Giacobo.
O que é uma Federação?
As federações partidárias são alianças formalizadas entre partidos que se comprometem a atuar juntos nacionalmente e localmente por no mínimo quatro anos. Diferente das antigas coligações eleitorais, a federação obriga uma convivência duradoura, com estatuto próprio e divisão conjunta de recursos e candidaturas, funcionando na prática como um “novo partido”.