Marechal Cândido Rondon está novamente no centro de uma turbulência no setor da Educação. E desta vez, a treta veio temperada com um toque de pipoca (proibida), refrigerante (vetado), fritura (não pode) e muito descontentamento fervendo no caldeirão da merenda das escolas municipais.

Uma mensagem enviada pela nutricionista da Secretaria Municipal de Educação, Jaciara Reis Nogueira Garcia, colocou lenha na fogueira. Com um tom pouco diplomático e uma pitada de ameaça, a profissional alertou os diretores e coordenadores escolares de que eventuais “infrações” na alimentação oferecida nas escolas – como frituras ou refrigerantes em eventos – seriam levadas ao Ministério Público. A justificativa? Toda alimentação no ambiente escolar é considerada, por lei, como parte da alimentação escolar regulamentada.

Veja o recado enviado:

Boa tarde!!! Gostaria de lembrar a todos que esse ano levaremos ao conhecimento do Ministério Público em caso de violação das normas de oferta de alimentos fora da legislação em ambiente escolar! Somos responsáveis técnicos e temos que cumprir a legislação. Como todos sabem, TODA ALIMENTAÇÃO NO AMBIENTE ESCOLAR É CONSIDERADA ALIMENTAÇÃO ESCOLAR. Então, sem frituras, sem refrigerantes e outros alimentos que não estão na lista de recomendações que repassamos com antecedência. Agradeço a compreensão.

O aviso caiu como uma bomba entre educadores, especialmente porque muitas escolas, na falta de recursos suficientes repassados pela Prefeitura, recorrem a eventos com venda de lanches e promoções para arrecadar fundos destinados a reparos e materiais essenciais.

“Tá dando rolo, pq as escolas fazem promoções para arcar com coisas que a prefeitura não repassa. E com essa ‘ameaça’ da nutricionista, a prefeitura precisará arcar com custos que pagamos com promoções”, alertou uma fonte de dentro da rede municipal​.

Coelhinho da Páscoa barrado

A situação chegou ao extremo na Escola Municipal Bento Munhoz da Rocha Neto. Em um vídeo gravado e enviado aos pais, mas que rapidamente se espalhou pelos grupos de WhatsApp da cidade, a diretora Mariely Genevro revelou que a tradicional “Noite de Páscoa” da escola precisou ser cancelada justamente por conta da determinação da nutricionista. Em tom emocionado, ela lamenta:

“Tivemos que ter essa decisão drástica por motivos que não competem à escola. Por uma determinação da nutricionista do município, a qual vem de uma forma enquanto ameaçando as diretoras municipais a não vender refrigerante, fritura, enfim. […] Aguardamos uma posição do prefeito. Isso não chegou, não se concretizou”.

Veja o ​vídeo da professora:

No vídeo, a diretora ainda mostrou indignação com a falta de apoio da gestão municipal: “Fica mais uma indignação dos profissionais da educação enquanto valorização. Como está o olhar dos nossos gestores para a nossa educação? Para os nossos alunos, para as nossas escolas?”

Revolta nos bastidores

Nos bastidores, o sentimento é de revolta. Há quem diga que a nutricionista Jaciara já coleciona polêmicas. Segundo relatos anônimos, até ações sociais como a do Rotary foram barradas por ela. Pipoca para acompanhar filmes? Também proibida. Professores comerem as sobras da merenda? Nem pensar. Tudo deve ser descartado – literalmente.

E assim, em pleno mês de abril, o coelhinho da Páscoa teve que voltar para a toca em Marechal Cândido Rondon, frustrado e sem pipoca. Esqueçam os tradicionais ovos de Páscoa.

Enquanto isso, as escolas seguem esperando: ou por bom senso, ou – quem sabe – por um novo cardápio de gestão.

O Blog está à disposição da Secretaria Municipal de Educação para o contraditório.

4 Replies to “Nutricionista vira “fiscal da pipoca” e ameaça escolas com MP, acirrando crise na Educação de Marechal

  1. Síndrome do pequeno poder, passou da hora já! Temos que começar a fazer exames de aptidão mental para essas pessoas que irão assumir algum cargo nas repartição públicas não é admissível esse tipo de comportamento, em nem um momento as escolas estão oferecendo as crianças em horário escolar alimentação fora da grade nutricional oferecida pelo município! Esse tipo de funcionário cavalo de caroça, sem empatia deve ser exonerado!

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