A fala do secretário de Planejamento de Marechal Cândido Rondon, Anderson Bento Maria, durante reunião com vereadores nesta terça-feira (21), repercutiu tanto positivamente quanto de forma crítica. Em um tom incisivo, ele disse que “nem sempre excesso de dinheiro na caixa é consequência de eficiência administrativa”, numa crítica velada à gestão anterior, de Marcio Rauber, que frequentemente usava os superávits das contas públicas como peça central de propaganda.
Logo após a publicação deste blog sobre a fala de Bento Maria, surgiram comentários em grupos de WhatsApp que o acusavam de incoerência e até levantando dúvidas sobre sua competência enquanto secretário de Planejamento. Um pouco disso, é claro, sempre enrustido do bairrismo típico do rondonense.
Mas, uma das críticas veio acompanhada de links do Portal Maripá e da Folha da Terra Online. Ambos os sites de notícia trazem uma matéria datada de janeiro de 2021, quando Bento Maria tinha acabado de entregar o comando da Prefeitura de Maripá ao seu sucessor, Rodrigo Schanoski.
Na ocasião, ele destacou com entusiasmo o superávit financeiro de R$ 8,2 milhões que entregava a prefeitura, apresentando-o como reflexo de uma gestão eficiente. Segundo o próprio Anderson, o saldo em caixa seria essencial para garantir a continuidade dos investimentos e foi usado como exemplo de eficácia administrativa.
Agora, em 2025, o mesmo Anderson adota um tom diferente, colocando dúvidas sobre a gestão de recursos na administração anterior em Marechal Cândido Rondon. A fala, direta ou velada, levanta um questionamento imediato: por que o discurso mudou?
A discrepância nas narrativas pode sugerir conveniência política. É mais fácil criticar o passado quando se está em um novo papel, especialmente em um governo que busca imprimir sua marca e se distanciar da gestão anterior, para não ficar na sua sombra.
Mudanças de opinião podem ser legítimas e até permitidas, desde que sejam acompanhadas de explicações claras. Sem isso, correm o risco de serem vistas como mero oportunismo político. Além disso, a memória da internet — e de quem acompanha a política local — é implacável. Frases como “o print é eterno” são lembranças de que, na era digital, incoerências dificilmente passam despercebidas.
Saiu um filme bom na Prime Vídeo chamado: COERÊNCIA! Alguém poderia indica-lo ao Anderson Backes!
Mudou o discurso porque mudou o amigo.