A reunião realizada nesta quinta-feira (5) entre os futuros prefeito e vice de Marechal Cândido Rondon, Adriano Backes (PP) e Vanderlei Sauer (UB), e os vereadores eleitos trouxe um discurso de união e transparência, mas não foi suficiente para evitar críticas dentro do próprio grupo de situação. O encontro, realizado na sede do Poder Legislativo, teve o objetivo de abrir um canal de diálogo permanente entre o futuro Executivo e o Legislativo.
Embora a iniciativa tenha sido vista como inédita e recebido elogios, as queixas também não demoraram a surgir entre pessoas do grupo político que apoiou Backes e Sauer na campanha. Entre as principais queixas apuradas pelo Blog estão:
Demora para reunião: Levar dois meses após a eleição para reunir os vereadores eleitos gerou ruídos. Muitos esperavam que esse diálogo fosse iniciado logo após o resultado das urnas, principalmente para consolidar o apoio ao grupo de situação.
Inclusão da oposição: A presença de vereadores eleitos pela oposição foi interpretada como um movimento para enfraquecer a base aliada, algo que irritou alguns líderes e, inclusive, suplentes do grupo governista, que sequer foram convidados para o encontro.
Silêncio sobre a equipe de governo: A ausência de anúncios relacionados aos nomes que irão compor a próxima gestão municipal também vem gerando especulações e descontentamento. O boato de que o ex-prefeito Maripá, Anderson Bento Maria, pode ser convidado, foi mal recebido por aliados e representantes da classe de engenheiros e arquitetos.
Neutralidade na Câmara: Apesar de o futuro prefeito ter afirmado que a escolha da Mesa Diretora é assunto exclusivo dos vereadores, a falta de articulação da base do governo vem gerando desconforto entre alguns vereadores, dando margem para especulações sobre possíveis divisões internas.
Estratégia arriscada
O discurso de Backes e Sauer, pregando a abertura para demandas de todos os vereadores, independentemente do partido, e a busca conjunta de recursos com deputados federais e estaduais, representa um gesto conciliador e positivo para o município. Porém, no cenário político local, essa tentativa de agradar a todos pode acabar desagradando aqueles que esperavam maior protagonismo no início do mandato.
Enquanto os futuros gestores falam em transparência e portas abertas, membros do grupo de situação estão se perguntando: essa postura neutra fortalecerá a gestão ou é um sinal de fraqueza na condução política?
Com as críticas já ecoando nos bastidores, fica evidente que o diálogo entre Backes, Sauer e seus aliados precisará ir além das palavras para evitar rachas ainda no começo da gestão. Afinal, como diz o ditado, “quem quer agradar a todos, não agrada ninguém”.
Considerando que na origem, a democracia era exercida em assembléias populares em praça pública, essa ideia dos novos mandatários (unindo vereadores da situação e da oposição) só estaria desfocada no bojo comparativo com a prática política atual.