Uma manifestação está prevista para ocorrer em frente à Câmara Municipal de Marechal Cândido Rondon no início da manhã desta quarta-feira (3), coincidindo com a sessão extraordinária marcada para as 7h30. Na oportunidade entrará em segunda discussão o  Projeto de Lei Complementar que propõe alterações no plano de carreira dos professores municipais.

Aprovado em primeira discussão na última segunda-feira (1º) o projeto não agradou os professores, que tem mostrado indignação com mudanças promovidas pela Prefeitura no texto original aprovado pela categoria. Nesta quarta-feira, com faixas e cartazes, os professores esperam chamar a atenção para as injustiças do projeto e exigir que suas vozes sejam ouvidas.

Regime de urgência

O Projeto de Lei Complementar tramitou em regime de urgência na Câmara. As comissões permanentes foram convocadas para, a toque de caixa, analisar a matéria, recebendo pareceres favoráveis das comissões de Justiça e Redação, Finanças, Orçamento e Fiscalização, e de Educação, Cultura, Saúde, Bem-Estar Social e Ecologia. Mas, o projeto não foi bem recebido pelos principais interessados: os professores.

O texto tramita em regime de urgência e, em razão da lei eleitoral, precisa ser aprovado e publicado em forma de lei no Diário Oficial até sábado (06), para entrar em vigor ainda neste ano. Os professores reclamam que ficou meses parado na Prefeitura.

O projeto foi discutido às pressas nas comissões da Câmara na manhã de segunda

Desrespeito aos acordos prévios

Segundo a professora Soeli Antônia Gonçalves, representante da APP Sindicato, o processo de aprovação desconsiderou os acordos prévios estabelecidos com a categoria.

“O que foi levado à Câmara não reflete o que foi acordado. Há uma clara divergência entre o que foi discutido e o texto final apresentado pelo prefeito”, lamenta Soeli.

O documento original, fruto de extensas negociações entre representantes do magistério e o Executivo, passou por “ajustes técnicos” pelo departamento jurídico da prefeitura, o que resultou em alterações que usa da meritocracia em relação ao direito do reajuste do piso nacional profissional dos professores. A proposta de reajuste, conforme apresentada, limitaria os benefícios a uma parcela mínima dos professores, contrariando a demanda por igualdade na aplicação do piso nacional.

Revolta no WhatsApp

Num grupo de WhatsApp dos professores o assunto hoje foi um só: o plano desrespeitado e a indignação da categoria.

“Não aceitaremos retrocessos em nossas conquistas. O plano de carreira precisa ser justo e valorizar a todos os profissionais da educação, sem exceção”, afirma a professora Soeli, ecoando o sentimento de indignação que se espalha entre os educadores do município.

A Prefeitura, por sua vez, defende as alterações como necessárias para a adequação do plano às realidades fiscais e administrativas do município. No entanto, essa explicação não satisfaz os professores, que veem nas mudanças um desrespeito aos processos democráticos de decisão coletiva e uma ameaça à qualidade da educação pública municipal.

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