Durante a sessão extraordinária desta quarta-feira (3) na Câmara de Marechal Cândido Rondon, ficou evidente o desconforto entre os vereadores da situação em relação à tramitação de dois projetos de lei essenciais para os professores municipais: a implementação do novo plano de carreira e a adoção do piso nacional da categoria.

Desconforto porque, o projeto de carreira dos professores que foi enviado pela Prefeitura à Câmara diverge do acordo previamente estabelecido com a categoria. Além disso, tudo foi mandado em cima da hora para que fosse debatido, em função da lei eleitoral, que obriga a publicação da lei até sábado (6) para que possa valer ainda este ano.

Isso levou um grupo, ainda que pequeno, de professores a protestar com faixas e cartazes, cobrando o cumprimento a todos os itens acordados com a Prefeitura.

O desconforto ficou claro em três recortes que fiz do vídeo da sessão: o vereador Gordinho do Suco e sua clara falta de preparo enquanto legislador, a argumentação controversa de Cristiano Metzner (Suko) e o visível abatimento do presidente Vanderlei Sauer. Tudo diante da votação de projetos que escancaram fraturas na Educação do município.

Despreparo

O vereador Gordinho do Suco mais uma vez mostrou que não tem condições técnicas para legislar. Totalmente alheio ao que estava acontecendo, chegou a votar contra o projeto do plano de carreira. Fez-se um silêncio momentâneo, mas nem assim ele conseguiu perceber o que tinha feito.

Depois, ao ver os demais pares votando favoravelmente, ele percebe a gafe e, ao final, pede uma questão de ordem para alterar o voto e ainda reconhece que não estava sequer a par do que votava. Veja o vídeo:

Controvérsia

O vereaodr Cristiano Metzner (Suko) assumiu uma posição controversa. Possivelmente escalado para ser o “advogado de defesa” do prefeito Marcio Rauber na Câmara, Suko fez um discurso com argumentos frágeis, que foram desmontados um por um pela oposição e que também não convenceram aos professores presentes à sessão.

É possível arriscar um palpite que ele, na condição de professor, mais perdeu do que ganhou nessa discussão.

A sua fala chegou a ser recebida como ironia pela plateia, que riu quando Suko disse: “Eu não estou aqui defendendo o Marcio, não”. Veja a fala do vereador:

Apatia

Com o semblante visivelmente abatido, o presidente da Câmara, Vanderlei Sauer, que é pré-candidato a vice-prefeito pela situação, encontrou dificuldades em esconder o desconforto ao conduzir a votação sob os olhares atentos dos professores presentes.

A sua fala, ao final da sessão, deixou evidente que não digeriu bem ver seu oponente Arion Nasihgil, pré-candidato a prefeito, capitalizar a situação politicamente ao colocar-se ao lado dos professores e sugerir inclusive a judicialização da questão. Veja no vídeo:

Projeto aprovado

Apesar de toda discussão e da pressão dos professores, os dois projetos acabaram aprovados por unanimidade. Os vereadores de oposição entenderam que seria melhor votar pela aprovação da matéria para evitar o prejuízo da categoria em outros avanços e argumentando que na próxima gestão a matéria poderá ser revista.

Agora, os textos seguem para sanção do prefeito Marcio Rauber.

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