Fica cada vez mais difícil a permanência de Ademar Traiano (PSD) na presidência da Assembleia Legislativa do Paraná (Alep). Nesta quinta-feira (7), a Ordem dos Advogados do Brasil no Paraná (OAB-PR) pediu o afastamento “urgente e veemente” do deputado estadual do cargo de presidente da Alep.

Em ofício, endereçado ao próprio Traiano e ao corregedor da assembleia, deputado Artagão Junior (PSD), foi apresentado após a divulgação de que Traiano firmou um acordo com o Ministério Público do Paraná (MP-PR) admitindo ter pedido e recebido propina.

O teor do ofício

Segundo a OAB, esse fato abalou significativamente o prestígio da Alep, demandando ações concretas para o restabelecimento da dignidade do Poder Legislativo paranaense.

A entidade ressalta a imperatividade do respeito à Constituição, às instituições democráticas e aos princípios de probidade administrativa.

A OAB afirma que o Regimento Interno da assembleia define como uma das atribuições da presidência o zelo pelo prestígio da Casa e a dignidade dos membros em todo o Paraná. Na avaliação da organização, Traiano descumpriu com essa obrigação.

Entenda o caso

Traiano foi gravado pedindo R$ 200 mil de propina a Vicente Malucelli, então diretor da TV Icaraí, de Joel Malucelli, para que a Assembleia renovasse o contrato para gestão da TV Assembleia. O dinheiro pedido seria divido com o então deputado estadual Plauto Miró.

A gravação foi feita em 2018 e chegou ao MP em 2020, mas não tinha vindo à publico. Traiano e Plauto Miró confessaram ao Ministério Público do Paraná que pediram e receberam propina. Ambos fecharam um Acordo de Não Persecução Penal (ANPP) em dezembro de 2022.

O teor das gravações foi incluído na defesa do deputado Renato Freitas (PT) no processo que ele sofre de cassação de mandato por ter chamado Traiano de corrupto. Para provar que não cometeu calúnia, Freitas incluiu trechos da gravação e do depoimento da delação premiada de Vicente em suas argumentações finais.

No final de semana as informações vazaram para a imprensa e três veículos de comunicação chegaram a divulgar toda a história. Traiano entrou na Justiça e conseguiu uma liminar que obrigou os veículos a excluir as publicações. Nesta quarta-feira (06), o Tribunal de Justiça suspendeu a liminar e, desde então, a questão ganhou ampla publicidade.

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