Abandono do Conselho Tutelar revela a negligência com o patrimônio público

A foto é um flagrante da parte interna do prédio do Conselho Tutelar de Marechal Cândido Rondon num dia de chuva. Computador e outros equipamentos cobertos por sacos de lixo para não molharem.

Do alto do seu gabinete, no terceiro piso do Paço Municipal, o prefeito Marcio Rauber talvez até não consiga enxergar o prédio do Conselho Tutelar porque no caminho está o imponente prédio que abriga agora a Câmara Municipal.

Mas, ele está ali, ao lado do Legislativo e a menos de uma quadra do Executivo. Largado às traças. Bem diferente do seu vizinho, a nova Câmara, que recebeu R$ 1,9 milhão pra ficar brilhante.

O prédio que já foi o Pronto-Socorro do município, com fachada enxaimel, simplesmente foi esquecido pelo poder público e vem se deteriorando pela total falta de manutenção.

Conversa pra boi dormir

Não bastasse o descaso com o patrimônio, o desrespeito com os funcionários públicos que ali trabalham e a população que busca algum atendimento, mais desrepeitoso ainda, é tentar vender a ideia que tudo está lindo e maravilhoso.

Veja o que disse o prefeito há alguns dias em entrevista ao jornal O Presente:

O discurso de um governo que preza pelo patrimônio público soa não apenas vazio, mas irônico, frente à realidade inegável e lamentável do descaso observado. Legítima conversa pra boi dormir.

Enquanto o gestor arrota caviar se autoproclamando como o melhor da história, que faz obras novas e cuida do patrimônio antigo, observem como fica a sede do Conselho Tutelar quando chove:

 

Mas, não foi só o prefeito que não deu atenção ao Conselho Tutelar. Reclamações sobre o estado do prédio já foram feitas para vários órgãos. Veja o que relatou uma fonte que prefere ficar no anonimato:

“desde 2021 que requisitamos reiteramos e até agora nenhuma resposta
De ninguém
MP
CMDCA
Assistência social
Administração
Câmera vereadores (falaram na seção da câmera mas não nos deram devolutiva do ofício)”

Enfim, a situação da sede do Conselho Tutelar não é apenas um reflexo de deterioração física, mas também um indicativo de uma deterioração mais ampla nas responsabilidades e prioridades do Poder Público.