Ontem (16), Marechal Cândido Rondon enfrentou uma verdadeira tempestade, não só meteorológica, mas também de claro descaso e negligência. Não é exagero dizer que a cidade ficou à deriva no meio de tanta água. Foram 70mm lá fora e talvez um pouco menos dentro de muitos prédios públicos, incluindo creches, escolas, o Conselho Tutelar e até a própria Prefeitura. 

Recentemente, o prefeito Marcio Rauber anunciou, com grande orgulho, um superávit de R$ 112 milhões no orçamento de 2023. No entanto, indaga-se: de que adianta ter dinheiro em caixa se as nossas repartições públicas estão desmoronando e as necessidades básicas da população são negligenciadas?

Vídeo antecipando a crise

Já em meio à crise que a chuva desvendou, o prefeito tentou se antecipar aos crescentes questionamentos e críticas ao publicar um vídeo nas redes sociais, detalhando os problemas e as medidas paliativas que seriam tomadas. Reconheceu os problemas de infiltração em estabelecimentos como a Escola Waldomiro Liessen e o CEMEI Pequeno Príncipe, além de mencionar uma substituição de telhado pendente na Vila Gaúcha há quase 30 dias. 

Apesar do vídeo do prefeito antecipando a crise, a comunidade, especialmente a escolar, expressou seu descontentamento e frustração nas redes sociais e grupos de WhatsApp. As mensagens mostram um claro descompasso entre as prioridades da administração municipal e as reais necessidades dos cidadãos. Abaixo, um dos vídeos que circula, mostrando o CMEI Pequeno Príncipe ontem (16) a tarde.

Asfalto e superávit x goteiras e insegurança

A obsessão pela pavimentação de ruas enquanto prédios fundamentais para o bem-estar e segurança das crianças e famílias desmoronam é uma escolha política que passou a ser efetivamente questionada. Com tantos recursos em caixa, é inaceitável que a administração continue priorizando o asfalto em detrimento da manutenção de escolas e creches que garantem o futuro de nossa cidade. Asfalto novo é bom, mas a segurança das crianças é bem mais importante.

As falhas de infraestrutura não são apenas inconvenientes. Não vamos fazer demagogia. Não é por que uma ou outra pessoa molhou da chuva é que a questão é tão preocupante. O que preocupa mesmo é a ameaça direta à segurança das crianças, jovens e funcionários públicos, especialmente das escolas e creches. Ou será que já esqueceram o que aconteceu com o telhado do Ginásio Ney Braga há alguns anos?

Uma imagem que circulou nas redes sociais mostrando uma estrutura desabando numa escola reacendeu a memória de muita gente. Veja:

Enquanto o prefeito e seus defensores se vangloriam do superávit da  administração, nossas escolas sofrem com baldes espalhados pelos corredores para conter as consequências de uma infraestrutura negligenciada.

Que as promessas e os planos não fiquem apenas no asfalto de superfície, mas que penetrem nas fundações das nossas instituições, fortalecendo-as contra o mau tempo, seja ele meteorológico ou do descaso.

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