Depois de meses de cochichos, apostas de bastidores e ironias públicas, o prefeito Adriano Backes resolveu puxar o freio de mão. Nesta segunda-feira (15), duas peças centrais e simbólicas, do seu núcleo mais íntimo deixam o gabinete político. Foram exonerados o onipresente Jesael Reis e a diretora de gabinete Lúcia Pletsch.

A informação corre à boca pequena desde o meio dia de hoje, quando os dois foram excluídos pelo secretário de Governo Gilmar Dattein dos grupos de WhatsApp dos comissionados. O Blog confirmou que as exonerações serão oficializadas em edição extra do Diário Oficial ainda hoje.

A queda da “Sombra”

Jesael Reis, servidor efetivo que trocou o volante da frota da saúde pelo ar condicionado do gabinete, viveu seu “dia de Icaro”. Voou perto demais do sol. Apelidado por este Blog de “Mauro Cid de Marechal” em maio deste ano, Jesael confundiu a função de assessor com a de “conselheiro supremo”.

Não havia foto oficial sem ele. A sua onipresença gerava ciúmes na base e desconforto entre secretários que, muitas vezes, tinham menos acesso ao prefeito do que o então motorista.

Aparentemente, Backes percebeu que ter uma “sombra” que opina demais acaba ofuscando a própria luz. Jesael deve agora retornar à sua função de origem, onde a única direção a seguir é a do trânsito.

O adeus à “Benzedeira”

Já a saída de Lúcia Pletsch encerra um ciclo marcado por uma mistura perigosa de política e religiosidade excessiva dentro da gestão pública. Candidata a vereadora pelo Progressistas com bons 271 votos, Lúcia assumiu a diretoria de gabinete e ganhou a alcunha de “benzedeira de gabinete” após alguns episódios de rezas que ecoaram mais alto que as metas de gestão.

A influência da dupla sobre o prefeito Adriano Backes era tida nos bastidores como um “fardo”. Comentava-se abertamente que o prefeito patinou politicamente em 2025, apesar das muitas obras e convênios viabilizados. E a patinada tinha o carimbo (e a “bênção”) desses dois assessores.

Setembro passou. Dezembro cobrou

Em agosto, o Blog já havia avisado:

“Não passa de setembro.”

Passou. Mas não ficou impune.

A pressão que vinha dos próprios aliados, somada ao desgaste com a base na Câmara, virou uma conta impossível de empurrar para 2026. O prefeito segurou enquanto deu. Agora, soltou.

O prefeito não quis virar o ano carregando o peso de um gabinete que mais atrapalha do que ajuda. O aviso que demos em agosto, de que as mudanças “não passariam de setembro”, errou apenas no calendário, mas acertou em cheio na necessidade.

Ao exonerar seus “escudeiros”, Backes sinaliza que pretende entrar em 2026 mais leve, mais político e, oxalá, mais focado em ouvir a sociedade do que os sussurros de conselheiros de ocasião.

Afinal, o povo precisa de gestão eficiente, não de sombras ou de rezas no gabinete.

 

 

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