Retorno de Marciel e Marciane fortalece base e dá fôlego ao governo Backes e Sauer

A decisão do prefeito Adriano Backes (PP) de determinar o retorno dos vereadores Marciane Specht (União Brasil) e Marciel Escher (Republicanos) à Câmara não foi apenas administrativa. Foi política, e das grandes.

Pela primeira vez desde o início do mandato, Backes mostra que entendeu o peso do Legislativo no ritmo de um governo. E, com essa movimentação, coloca o bloco governista em uma posição mais sólida, tanto para aprovar projetos quanto para preparar o terreno eleitoral de 2026.

Marciel e Marciane… até parece dupla sertaneja. Mas quem parece que quer afinar o tom é Adriano Backes, que decidiu mudar a melodia política de Marechal Cândido Rondon. O ritmo agora promete ser outro, mais firme, mais afinado e com a base cantando em coro.

Experiência agora dentro da Câmara

Fontes próximas ao governo garantem que a volta de Marciane e Marciel não é temporária. Ao contrário do que se especula de que seria para votar um ou outro projeto estratégico, o Blog confirmou o contrário. Os dois, vereadores de primeiro mandato, retornam à Câmara com a missão de construir sua trajetória parlamentar, sem planos de nova licença.

Marciane deixa uma Secretaria de Saúde com resultados reconhecidos e uma equipe consolidada. Marciel, por sua vez, foi peça-chave no início da administração, atuando na Agricultura com a mesma confiança que Backes já depositava nele desde o governo passado, quando ele mesmo era o secretário da pasta.

Agora, com ambas as pastas bem encaminhadas, o prefeito pode promover uma transição tranquila e apostar em novos nomes, sem comprometer o andamento das políticas públicas. Nenhum nome foi apontado como sucessor, mas no caso da Saúde eu apostaria no servidor de carreira Leandro Dallamaria, que já assumiu a pasta no ano passado, quando Marciane se afastou para ser candidata.

Mais força política no plenário

O impacto imediato está na Câmara. Os suplentes Rodrigo “Verde” Pulga (União Brasil) e Cristiano “Suko” Metzner (Republicanos) deixaram o Legislativo. Nenhum dos dois, embora corretos no exercício do mandato, atuava como aliado fiel do governo. Verde logo rompeu e Suko ficava em cima do muro.

Com Marciane e Marciel de volta, a base ganha não apenas dois votos seguros, mas também dois vereadores com experiência administrativa e visão de gestão. Isso dá musculatura à defesa dos projetos da prefeitura e reduz o risco de travamentos políticos.

Backes, que vinha conduzindo um governo de resultados técnicos razoáveis, parece agora disposto a também controlar o ritmo político. E faz isso no momento certo, quando o município está prestes a receber milhões em recursos oriundos do Estado e precisa de uma Câmara afinada para dar sequência às obras e investimentos planejados.

Reorganização com foco em 2026

A decisão também deve refletir no cenário eleitoral. A menos de um ano da eleição de 2026, o governo busca estabilidade política e coesão partidária. A maioria do grupo deve seguir alinhada ao deputado Hussein Bakri, aliado direto de Backes e voz influente junto ao governador Ratinho Junior.

Com Verde e Suko fora do plenário, ambos mais próximos do grupo do ex-prefeito Marcio Rauber, Backes evita dispersão e mantém sob seu comando um time que fala a mesma língua. Pelo menos é o que se espera.

A próxima sessão da Câmara, que votará em segunda discussão o projeto de iniciativa popular que proíbe a cessão de área ao Estado para construção de um presídio pelos próximos quatro anos, será o primeiro grande teste dessa nova fase política.

A expectativa é de que a base de Backes esteja unida e firme, diferente do que se viu na primeira votação. O resultado mostrará se a sintonia entre Executivo e Legislativo está, de fato, ajustada.