Essa semana não foi nenhum assunto político que chamou a atenção na sessão da Câmara, mas sim um caso que envolve saúde pública. O vereador Iloir de Lima, o Padeiro (PL), trouxe à tona uma situação que tem deixado alguns moradores do distrito de Porto Mendes em alerta: o plantio de fumo dentro do perímetro urbano.
Entre o tradicional e o arriscado
É normal vermos em terrenos baldios da cidade pequenas plantações de mandioca, milho, hortaliças ou mesmo árvores frutíferas. Isso faz parte da tradição local, muitas vezes ajuda na subsistência e não traz grandes riscos à vizinhança. Mas o caso do fumo é bem diferente. A cultura exige aplicação pesada de agrotóxicos, e essa prática, quando acontece no meio da área urbana, é uma verdadeira temeridade.
Um requerimento de Padeiro questiona a Prefeitura sobre registros ou autorizações para esse tipo de cultivo, a extensão das áreas utilizadas e quais providências estão sendo tomadas para impedir o uso de venenos tão perto de casas, escolas e espaços comunitários. O vereador também pede informações sobre a fiscalização e as orientações repassadas aos produtores em relação a boas práticas agrícolas.
Não se trata de demonizar o agricultor que encontra no fumo sua forma de sustento. Mas é preciso separar o razoável do arriscado. Plantar milho no quintal é uma coisa; despejar veneno no quintal do vizinho, outra bem diferente. E aqui, eventual omissão da Prefeitura é imperdoável. Não pode fechar os olhos para algo que pode afetar diretamente a saúde da população.
Turismo e veneno não combinam
E tem mais: Porto Mendes é conhecido como distrito turístico, cartão-postal de Marechal Cândido Rondon, e a própria administração municipal vem anunciando projetos para movimentar essa vocação econômica, como a retomada do Ecoturismo.
Ora, turismo não combina com cheiro de veneno no ar, muito menos com pés de fumo dentro da cidade. Se o poder público não agir logo, a imagem que vai ficar não é de lazer às margens do lago, mas de risco em pleno espaço urbano.
Será que o “prefeito do agro” vai mover “uma folha de fumo” para resolver essa situação? Duvido!