Se Marechal Cândido Rondon precisava de espetáculo, ele veio em horário de almoço. No Programa do Pícolo, nesta sexta-feira (22), a audiência tava alta para acompanhar o duelo entre dois vereadores sobre a questão do novo presídio na cidade.

De um lado, Coronel Welyngton, defensor ferrenho da instalação da nova unidade prisional, bradou que se trata de “uma chance de ouro” de resolver o caos carcerário da cidade e ainda garantir pacote de quase R$ 70 milhões em investimentos estaduais.

Do outro, Juca, em tom inflamado, ergueu a voz “do povo” e acusou o projeto de ser um cheque em branco. Lembrou que até hoje a prefeitura não divulgou os resultados da enquete oficial sobre o tema, falou em terrorismo psicológico do Estado e questionou: “por que a pressa em doar o terreno sem saber se virão 400 ou 780 presos?”.

Coronel Welyngton: “sem presídio, Rondon perde”

O coronel jogou pesado: sem nova unidade, o município arrisca ficar sem Delegacia da Mulher, Delegacia Cidadã e até reforço policial. Ele também lembrou que um local para guardar os presos é responsabilidade do estado e que hoje não existe mais o modelo de cadeia como havia antigamente.

Apontou ainda que a atual cadeia abriga 100 presos em espaço para 20, com mais 300 circulando de tornozeleira pela cidade. Para ele, a recusa seria uma irresponsabilidade histórica.

Juca: “não é solução, é bomba-relógio”

Juca trouxe exemplos de outras cidades, como Francisco Beltrão, onde a instalação de presídios teria aumentado índices de violência. Citou Catanduvas, que não viu crescimento econômico com penitenciária, e alertou que o ônus social e financeiro cairá no colo do município: saúde, educação, moradia para famílias de apenados.

Além disso, detonou a escolha da área: Boa Vista, apontada no plano diretor como região de expansão urbana.

O “case” de Guaíra

No meio da gritaria rondonense, o prefeito de Guaíra, Gileade Osti, apareceu em vídeo para contar como foi a experiência por lá. Resumindo: a Câmara inteira votou contra a doação de uma área para o presídio (11 a 0), mas a unidade foi construída mesmo assim, via acordo judicial. Hoje abriga quase mil presos, gera empregos terceirizados, tem convênio de saúde bancado pelo município e até loteamento empresarial em volta.

Ou seja: Guaíra resolveu o problema histórico da cadeia no centro, mas à força. Agora, vendem o pacote como modelo.

5 mil assinaturas contra o presídio

Por outro lado,  a vereadora Tania Maion protocolou na Câmara um projeto de lei de iniciativa popular, com cerca de 5 mil assinaturas, que proíbe a prefeitura de doar ou ceder terrenos para presídios. É quase 10% da população local dizendo “não” no papel.

O projeto agora vai para discussão na Câmara. Isso se for colocado na pauta.

No fim das contas…

Se o debate serviu para alguma coisa, foi para mostrar que todo mundo concorda em um ponto: a cadeia precisa sair do centro. O resto é um samba mal ensaiado entre Estado, Executivo e Legislativo.

Querem tirar a cadeia do centro.
O Estado diz: “eu tenho a solução”.
A solução do Estado? “Não, essa não serve”.
E qual é a solução, então? “Ah, isso ainda não sabemos”.

Enquanto isso, os presos seguem espremidos numa cadeia para 20 com quase 100 dentro, outros 300 passeando de tornozeleira pela cidade.

Se não aceitam o que está posto e não criam alternativa, resta decretar: anistia para os presos, já. (contém ironia)

 

 

3 Replies to “Presídio: Coronel e Juca duelam no microfone, mas solução segue no ar

  1. A turma do “Bandido Bom é Bandido Morto” deve estar “entre a cruz e a espada”.
    Basta que 🐀 combine com o Xandão para mandar o Bozo pra cá para inauguração do presídio e, pronto. Resolvido!
    Sem ironia.

  2. POIS É…..PENA QUE NÃO ENTROU EM PAUTA QUANDO O VELHO LARÁPIO! (POPULAR CHEFE DOS PETRALHAS) ESTAVA EM CANA SE NÃO ELE PODERIA TER PARADO AQUI KKKKK…..PETRALHA AQUI NÃO SE CRIA…..AQUI O ÚNICO QUE SE ELEGEU E SE ELEGEU COMO? KKKKK FAZENDO O QUE OS PETRALHAS SEMPRE FAZEM……
    Sem ironia.

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