Enquanto se desenrolava a Expo Rondon 2025 no Parque de Exposições, um evento paralelo aconteceu durante todo o dia no último sábado (26), primeiro no ginásio Ney Braga e depois na sede da Atamar, no Arroio Fundo.

Foi um daqueles encontros que renovam o orgulho de ser rondonense: ex-atletas, professores e amantes do esporte se reuniram na sede da Atamar para homenagear o lendário professor Paulo Peres Peres, ícone do handebol que moldou gerações com disciplina, amizade e paixão pelas quadras. A esposa Regina e a filha Gitana receberam a homenagem (foto acima) prestada pelo Grupo de Amigos do Handebol de Marechal Cândido Rondon.

Houve jogo, reencontro e muita emoção envolvendo muitos personagens que viveram e construíram o auge do handebol no município nos anos 70, 80 e 90. O encontro atraiu mais de 75 ex-atletas e convidados de cidades como Maringá, Toledo, Foz do Iguaçu

Criar uma associação

Mas o evento não foi só memória: também teve projeto, proposta e futuro. Um dos articuladores da organização, o professor Lair José Bersch, lembrou durante a cerimônia que está em curso a criação da Associação Rondonense de Handebol, com o objetivo de dar estrutura e personalidade jurídica à modalidade no município.

“Hoje tudo fica na informalidade de um grupo de amigos. Precisamos dar um passo adiante”, disse, com a convicção de quem sempre esteve na linha de frente do esporte local.

Museu do Esporte

Outro momento simbólico foi a entrega, às mãos do presidente da Câmara, Valdirzinho Sachser, e do secretário de Esportes, Claudinei Mainardes, da proposição para a criação do Museu do Esporte e de uma Galeria de Personalidades Esportivas. O documento, assinado por ícones como Aneli Dickel, Adolfo Deuner, Cleunice Alves, Ivete Schornack, Jorge Henn, Lair José Bersch, Vili Tierling e Carmem Brandl, defende a valorização da memória esportiva rondonense com um espaço físico digno — longe das caixas empoeiradas dos almoxarifados.

Com 65 anos de emancipação e uma história esportiva rica, Marechal Cândido Rondon acumula conquistas e nomes marcantes como Paulo Peres Peres, Elói Dreher e Harraldo Altmann, entre muitos outros. Apesar disso, falta um espaço digno para preservar essa memória. A cidade tem projetos em discussão e conta com a força da Unioeste, que já formou mais de 1.300 profissionais de Educação Física — um cenário que reforça a urgência de estruturar o legado esportivo com um museu e uma galeria de personalidades.

Os ex atletas Nelson Lemke e Eneida Tròller entregam a proposta do Museu do Esporte para Valdirzinho e Mainardes | Foto Rafael Sturm

Edson Wasem marcou pontos

A ausência de algumas lideranças políticas foi notada, ainda que compreensível diante dos compromissos simultâneos da Expo Rondon. Estiveram por lá o presidente da Câmara, Valdirzinho Sachser, o secretário de Esportes Claudinei Mainardes e o vereador Cristiano Mertz (Suko). Só.

O atual prefeito Adriano Backes, o vice Sauer e outros vereadores, não compareceram ao encontro, o que não passou despercebido entre os presentes. Nem o ex-prefeito Marcio Rauber, que tem ligação direta com o handebol, uma vez que foi atleta da modalidade. Comprou ficha para o almoço, mas não foi.

Quem aproveiou o vácuo foi Edson Wasem, ex-prefeito e atual assessor do presidente da Assembleia Legislativa, Alexandre Curi. Ele circulou com a vontade de quem conhece todo mundo — e parecia disposto a reativar velhos vínculos. Teve até quem cochichasse: “Se deixar, ele entra em quadra pra bater lateral… de olho em 2028”.

Enfim, ficou claro que o handebol quer mais que memória: quer estrutura, espaço e política pública de verdade. Não dá mais pra depender só da boa vontade dos amigos — por mais apaixonados que sejam. Como disse um dos organizadores no encerramento:

“História bonita a gente não guarda só no coração. Precisa guardar num lugar de respeito.”

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