Em pleno 2025, Marechal Cândido Rondon ainda envia pacientes para fazer exames de imagem em Toledo ou Cascavel. Isso diz muito sobre nossas prioridades, nossas ausências e nossas esperanças.

Essa semana, durante a sessão da Câmara os vereadores Rafael Heinrich, Coronel Welyngton e Rodrigo Pulga (Verde), todos do União Brasil, propuseram que seja solicitado ao deputado federal Felipe Francischini a destinação de R$ 1 milhão em emenda parlamentar para a construção de um Centro de Diagnóstico por Imagem (CDI) no município.

Vereadores Rafael Coronel Welyngton e Verde

A ideia é contemplar a implantação de exames de mamografia, tomografia e ressonância magnética. Exames que, na teoria, deveriam estar disponíveis em uma cidade com quase 60 mil habitantes, que se gaba por ser referência em tantas áreas. Mas a realidade grita mais alto que o discurso.

Recentemente, vivi isso de perto. Acompanhei meu pai em enfermidade. Mesmo tendo plano de saúde teve que ser levado até Toledo para realizar uma ressonância. Agora imagine a dona Maria do bairro Primavera, ou o seu João da Vila Gaúcha, que dependem do SUS. O caminho entre a suspeita e o diagnóstico vira um calvário, repleto de esperas, viagens, custos e incertezas. Para muitos, isso significa descobrir tarde demais.

E não é exagero: a ausência de exames de imagem não é apenas um problema logístico. É um obstáculo brutal ao diagnóstico precoce de doenças graves, como o câncer, por exemplo. É um atraso que gera sofrimento, sobrecarrega os hospitais e custa vidas. Quem vive a realidade das filas, da dor sem nome e do medo sem resposta sabe o quanto isso faz falta.

Um sopro de lucidez

A iniciativa dos vereadores é um sopro de lucidez. Um gesto político importante, que merece reconhecimento. Assim como o engajamento do grupo “Um Abraço pela Vida”, que vem há anos lutando pela implantação da mamografia no município. A sociedade civil está fazendo sua parte. Agora é hora da política reagir.

O nome que aparece como possível viabilizador da emenda é o do deputado Felipe Francischini. Ele, que ainda ensaia movimentos para construir um espaço eleitoral mais sólido na região, tem aqui uma chance real de se conectar com as demandas locais. Mostrar que não é só discurso em rede social. Se quiser ter votos em 2026, precisa deixar obras. E saúde pública, mais do que qualquer outra bandeira, é uma ponte direta entre eleitor e parlamentar.

Não se trata apenas de construir um prédio ou comprar máquinas. Trata-se de construir dignidade. E, politicamente, de construir confiança. O município precisa de um CDI com urgência. Mas a população também precisa saber que há quem acredite que isso é possível.

 

One Reply to “Centro de Diagnóstico por Imagem: a urgência que expõe a precariedade e testa a política”

  1. AGORA SIM, É ASSIM QUE SE FAZ JORNALISMO, SE VC TRAZER SEMPRE AS COISAS QUE NÃO FEITAS NA CIDADE COM TANTOS IMPOSTOS QUE PAGAMOS EU BATO PALMAS! SEM ESCONDER OS PODRES DE QUALQUER LADO POLÍTICO DESSA CIDADE.

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