Foi nomeado. Está no Diário Oficial. Mas ninguém entendeu muito bem.
Everton Dionei Faccin é o novo chefe de gabinete do prefeito Adriano Backes. Sim, o cargo que tradicionalmente serve de para-raio, bombeiro, articulador, porta de entrada e saída do gabinete, agora tem como titular um profissional da área de… vídeos.
Isso mesmo: até o ano passado, Everton trabalhava com captação e edição de imagens em Cascavel, onde assessorava nesta área o vereador Rômulo Quintino. Antes trabalhou para o ex-vereador Olavo dos Santos, também de Cascavel.
Nada contra o Everton — que, aliás, sempre é elogiado por quem o conhece. Eu, inclusive, tenho grande apreço por ele e já trabalhamos juntos quando ele ainda começava na área, no antigo Canal 10/Televigo. Gente fina, trabalhador, criativo.
Mas chefe de gabinete? Um cargo que já foi ocupado por nomes como Harry Pydd, Arno Ostjen, Lair Bersch, Valdirzinho Sachser, Gilson Pacheco, Elemar Hensel, Oladir Túrmina (Barriga), entre outros. Gente com quilometragem rodada nos bastidores e faro para os ruídos da política local. Esse é um perfil que não combina em nada com o Everton.
A dúvida é legítima: será que Everton veio para cuidar da agenda ou da estética? Vai coordenar o gabinete ou comandar o feed? Vai filtrar demandas da população ou editar takes do prefeito? Nem aliados mais próximos conseguiram explicar qual a função real da nomeação.
Vale lembrar: não é a primeira vez que um nome com perfil mais publicitário que administrativo aparece em cargo estratégico. Na gestão de Marcio Rauber, por exemplo, Tioni Oliveira virou diretor da Fundação de Eventos (Proem) — mas todo mundo sabia que o negócio dele era outro: criatividade para redes, marketing e propaganda.
No fim das contas, tudo depende do que Backes quer do cargo: articulação política ou engajamento no Instagram. A nomeação parece que já apontou a resposta.
