Uma denúncia anônima recebida pelo Blog do Jadir revelou que a ETA (Estação Móvel de Tratamento de Água) do SAAE instalada no Arroio Fundo teve que paralisar o abastecimento de água no último final de semana por conta de uma contaminação no rio. A informação foi checada junto a fontes da autarquia. Segundo as informações, a paralisação durou por mais de 10 horas.
O mais grave é que, pelo que consta, o SAAE tentou encobrir o motivo da contaminação do rio para tentar proteger uma indústria, que seria a responsável pelo vazamento de produto contaminante no rio. Não há registro de que a situação tenha sido denunciada ao IAT (Instituto Água e Terra), antigo IAP, órgão governamental responsável pela conservação e controle do patrimônio ambiental.
Ainda foi apurado que esta não foi a primeira vez que a ETA teve que parar o fornecimento de água por conta da contaminação do rio. O Blog descobriu que quando estava sendo feita a ampliação da ponte sobre o Arroio Fundo na Linha Guarani, houve um vazamento de óleo que atingiu o rio. Na ocasião, a ETA também teve as atividades paralisadas.
Conversas internas
O Blog ainda teve acesso às conversas de um grupo interno do SAAE. O aviso de que a ETA estava parada foi repassado no grupo às 7h18 da manhã do sábado (24) e somente às 17h43, portanto 10 horas e 25 minutos depois.
Além de confirmar a paralisação da ETA, a conversa mostra que o fornecimento de água teve que ser cortado em várias regiões da cidade. Alguém até sugere fechar o fornecimento de água para algumas indústrias da cidade, responsáveis por alto consumo da água do SAAE.
Aliás, a legislação brasileira estabelece que, em situações de escassez de água, o uso prioritário dos recursos hídricos é o consumo humano e a dessedentação de animais. Isso significa que, em caso de crise hídrica, o abastecimento de água para a população tem prioridade sobre o uso por indústrias e outros setores.
Pela conversa interna do SAAE ficou claro que isso não vem sendo cumprido. Cortam primeiro o fornecimento de água para determinadas regiões e só no agravamento da situação levantam a possibilidade de cortar para as indústrias. Pode isso, Sr Anderson Loffi?
E a eficácia da ETA?
Implantada para resolver o problema da falta de água em Marechal Cândido Rondon, a ETA provisório no Arroio Fundo foi inaugurada em março de 2022. Mas, definitivamente não resolveu o problema. A região do Boa Vista sofre frequentemente com a falta de água. Os custos de manutenção da ETA também são questionáveis. Mas, estes são temas para matérias futuras.
O que preocupa neste momento é o seguinte:
- Quanta água contaminada do Arroio Fundo foi jogada nos reservatórios do SAAE antes de ser descoberto o problema?
- Que produto contaminou o rio? Ele pode causar problemas à saúde humana?
- Por que a situação não foi relatada ao IAT?
- A referida indústria já teve outros problemas com relação à contaminação do rio?
- Por que o SAAE não emitiu um comunicado à população sobre o ocorrido?
O Blog aguarda as respostas para informar a comunidade.
Teria havido manifestação do Ministério Público?