É cada dia maior a pressão para que o presidente da Assembleia Legislativa do Paraná, Ademar Traiano (PSD) renuncie ao comando da casa. Nesta segunda-feira (11), o deputado Fábio Oliveira (Podemos), ligado à Lava Jato, subiu à tribuna para pedir a Traiano, que renunciasse em nome da ética e também da reputação da Assembleia.

Ele elencou vários motivos para que Traiano se afaste do comando da Casa, entre eles a justiça, a ética e moral, e a credibilidade do Legislativo paranaense. Ainda condenou a tentativa de calar a imprensa sobre o caso. Veja a fala de Fábio:

Traiano ouviu quieto. Aliás, ele permanece em silêncio sobre o escândalo que o atinge desde que Renato Freitas (PT) trouxe a público as provas de que ele cobrou propina para renovar o contrato entre a TV Icaraí, de Joel Malucelli, e a TV Assembleia.

Apesar de toda a repercussão do caso, apenas Fábio Oliveira e Renato Freitas têm se manifestado sobre o assunto entre os deputados. Os demais, apesar de ninguém ousar defender o presidente, também não entra em colisão. Parecem todos em cima do muro.

Antecipação da agenda

Os trabalhos ordinários da Assembleia deveriam ir até quarta-feira (13), mas Traiano resolveu promover uma aceleração nas atividades parlamentares, antecipando o recesso parlamentar em um dia. Nesta segunda-feira (11) e terça-feira (12), os deputados trabalham intensamente para concluir votações urgentes.

A estratégia de Traiano, ao antecipar o recesso, é que durante o período de quase dois meses sem atividades parlamentares, o episódio de sua confissão de um crime grave possa ser esquecido pelo público.

Entenda o caso

Traiano foi gravado pedindo R$ 200 mil de propina a Vicente Malucelli, então diretor da TV Icaraí, de Joel Malucelli, para que a Assembleia renovasse o contrato para gestão da TV Assembleia. O dinheiro pedido seria divido com o então deputado estadual Plauto Miró.

A gravação foi feita em 2018 e chegou ao MP em 2020, mas não tinha vindo à publico. Traiano e Plauto Miró confessaram ao Ministério Público do Paraná que pediram e receberam propina. Ambos fecharam um Acordo de Não Persecução Penal (ANPP) em dezembro de 2022.

O teor das gravações foi incluído na defesa do deputado Renato Freitas (PT) no processo que ele sofre de cassação de mandato por ter chamado Traiano de corrupto. Para provar que não cometeu calúnia, Freitas incluiu trechos da gravação e do depoimento da delação premiada de Vicente em suas argumentações finais.

No final de semana as informações vazaram para a imprensa e três veículos de comunicação chegaram a divulgar toda a história. Traiano entrou na Justiça e conseguiu uma liminar que obrigou os veículos a excluir as publicações. Nesta quarta-feira (06), o Tribunal de Justiça suspendeu a liminar e, desde então, a questão ganhou ampla publicidade.

 

 

 

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