O presidente Jair Bolsonaro afirmou na terça (26) a empresários que o visitaram em Brasília que não pretende alterar seu comportamento em relação à articulação política com o Congresso. “Não vou jogar dominó com Lula e Temer no xadrez”, disse. Ele credita o infortúnio por que passam os dois ex-presidentes a negociações pouco republicanas durante seus respectivos governos.
Com isso, Bolsonaro reafirma que não negociará cargos com os deputados e senadores nos moldes tradicionais.
Mas, à noite os deputados já mandaram um recado a Bolsonaro. Insatisfeitos com a decisão do presidente de não negociar com partidos, líderes de várias siglas decidiram emparedar o governo.
Aprovaram, em dois turnos, uma proposta de emenda à Constituição (PEC) que engessa parcela maior do Orçamento e torna obrigatório o pagamento de despesas hoje passíveis de adiamento, como emendas de bancadas estaduais e investimentos em obras.
Uma coisa é certa. Ao repetir Collor e Dilma ao desprezar a relação com o Congresso, o presidente flerta com o destino dos antecessores. Nunca é demais lembrar que a lei do impeachment, de 1950, abre brecha praticamente a qualquer motivo para impedir um mandatário.
Com informações do Estadão e da Folha de S.Paulo