Sabe aquela dentadura que o Willmutt carregava junto ao seu traje? Sabe o que ela significava? O sorriso? Não, era a gargalhada em pessoa.
Sim. A senhora Gargalhada. Foi o que eu mais vi em 6 anos viajando com o Willmutt Tas Tores Tos Praceres por incontáveis cidades.
Risos espontâneos, gargalhadas lindas. Pessoas colocando pra fora aquele estresse chato e agoniante do dia-a-dia. De vez em quando tinha algum sujeito sisudo que não mexia um músculo da face, mas que depois do show vinha pedir o cartão pra contratar, porque gostara demais.
Como era gratificante aquilo. E ele, sou uma das testemunhas, se realizava muito no palco. Ria junto com o público. As vezes se perdia no texto. Retomava. Fazia do erro outra piada.
E nos bastidores? Quanto fiasco. Quanta gracinha. As vezes por causa do excesso de sanduíches no camarim. Outras porque não tinha nada pra comer e a gente morrendo de fome.
Tinha lugar que colocavam litros de uísque, energético, cerveja, vodka, toalhinha branca. Mal sabiam que o Cleiton não bebia nem vinagre antes do show. Precisava estar sóbrio, lúcido, ligado, atento, observando.
Tudo isso e as longas viagens criavam situações para piadas bem particulares. Algo que alguns amigos, alguns peludos, puderam acompanhar e hoje devem estar se lembrando, assim como eu.
Mas, há pouco, selecionando alguns vídeos e fotos dele, descobri a fórmula de transformar risos em lágrimas.
Bixo buro bocó. A Linha Paxada chora a sua partida e creio que lamenta o valor que não lhe deu em vida.