Sem querer desmerecer nenhuma instituição de ensino público, hoje quero falar sobre o importante papel que tiveram e continuam tendo as escolas denominadas como “particulares” em Marechal Cândido Rondon: Rui Barbosa, Cristo Rei e Martin Luther.

São educandários que surgiram num tempo em que ainda cabia à igreja garantir a educação às crianças, uma vez que os recursos do Estado raramente chegavam até as colônias mais remotas, como era o caso da Vila General Rondon. Para garantir que as crianças tivessem educação, as comunidades se organizavam e constituíam suas escolas, absorvendo a demanda existente.

Os anos passaram, o Estado e o município assumiram suas responsabilidades pela educação, mas as três escolas confessionais existentes em Marechal Cândido Rondon continuam sólidas e tradicionais até hoje. Rui Barbosa, a mais antiga, ligada a Igreja Luterana, Martin Luther ligada a Igreja Evangélica e Cristo Rei ligada a Igreja Católica.

Mesmo sempre enfrentando dificuldades financeiras, uma vez que elas não visam qualquer lucro, estas três escolas mantêm o propósito de promover uma educação de qualidade, paralelamente à formação de cidadãos comprometidos com a ética e os bons costumes, conforme reza a doutrina cristã.

Ao lado das instituições públicas do município, constituem um importante papel de absorver a demanda escolar. Pois, imagine se não existissem as comunitárias, o caos que seria nas escolas públicas, que assim já seguidamente enfrentam problemas por falta de vagas em determinados turnos.

Também no ensino superior, esse exercício social começa a ser cumprido, especialmente pela Faculdade Luterana Rui Barbosa, a Falurb. Com dois cursos em funcionamento, a instituição já absorve mais de 600 acadêmicos e, praticando mensalidades acessíveis através de várias parcerias, cumpre um papel social de garantir acesso ao ensino superior a muitos jovens que não conseguiram vagas no concorrido sistema público.

Por isso, defendo que o município, além de zelar pela rede de ensino pública, tem o dever de manter uma política de incentivos que beneficie também as escolas consideradas particulares, que eu prefiro chamar de comunitárias, pois, volto a frisar, não visam lucros.

Garantindo que essas instituições se mantenham em condições de sustentabilidade, o município estará economizando milhares de reais em investimentos na ampliação da rede pública, que seria absolutamente necessário caso as escolas comunitárias não existissem.

Assim como fez o governo federal, através do ProUni, garantindo através de bolsas, o preenchimento de vagas obsoletas nas faculdades privadas ao invés de construir novas universidades públicas, poderia muito bem o governo municipal criar uma política de incentivos para preencher vagas existentes nas escolas comunitárias de Marechal Cândido Rondon. Além de economizar em obras, o município estaria dando sustentabilidade e viabilidade às instituições comunitárias.

2 Replies to “Escolas “particulares” comunitárias

  1. Bem interessante esta perspectiva… mas, não consigo enchergar os critérios que seriam utilizados para definir a quam caberia o usufruto destas vagas.

    Por outro lado, não é de hoje que a qualidade do ensino publico de mcr é vista como de qualidade inferior as oferecidads pelas escolas particulares.

    Acredito que, necessariamente, a educação é a base de uma sociedade próspera e se isso for verdade, deve existir um esforço cada vez maior por parte do poder público em oferecê-la.

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