Quem anda pelas ruas de Marechal Cândido Rondon nestas noites que antecedem o Natal percebeu algo diferente. A cidade está mais viva, mais iluminada e, justiça seja feita, mais bonita do que em anos anteriores. Particularmente, não lembro de ter visto decoração tão bonita na cidade.
O comentário nas redes sociais, grupos de WhatsApp e nas rodas de conversa atestam isso. Todos reconhecem que a nossa decoração natalina, desta vez, veio com a qualidade e beleza que a cidade merece. Mas, para além do brilho que encanta os olhos, há números que agradam o bolso do contribuinte e uma lição de planejamento que precisa ser aprendida de uma vez por todas.
Em entrevista concedida ao site AquiAgora.net nesta semana, o prefeito Adriano Backes (Progressistas) confirmou a percepção popular e trouxe os dados para a mesa. A decoração deste ano, embora visivelmente mais encorpada, custou menos aos cofres públicos.
O Blog checou os números.
Em 2024, o município desembolsou R$ 1.373.550,00 para vestir a cidade de Natal. Agora, em 2025, o investimento foi de R$ 1.127.500,00. Estamos falando de uma economia real de R$ 246.050,00. É a prova de que gestão eficiente não significa fazer menos, mas fazer melhor com o recurso que se tem.
O “timing” ainda é o calcanhar de aquiles
Se o resultado final merece aplausos, o processo para chegar até ele merece um puxão de orelha. A instalação da iluminação ocorreu muito em cima da hora, com a entrega da praça “encantada” acontecendo apenas no dia 7 de dezembro. Enquanto municípios vizinhos já respiravam o clima natalino e atraíam consumidores, Marechal Cândido Rondon ainda estava pendurando lâmpadas.
O motivo? A velha e morosa burocracia das licitações, agravada pela falta de antecipação. O certame ocorreu apenas em 17 de novembro. O prefeito explicou que empresas concorrentes entraram com recursos, travando o processo.
Ora, se sabemos que as empresas perdedoras costumam recorrer e travar o processo, por que deixar para a última hora? O “imprevisível” na administração pública é, muitas vezes, apenas falta de planejamento prévio. Se a licitação tivesse ocorrido meses antes, os embargos jurídicos seriam resolvidos a tempo e a cidade poderia ter inaugurado sua decoração simultaneamente aos grandes centros, maximizando o retorno para todos.
Luz que gera renda
E quando falamos em retorno, não é apenas sobre “beleza”. Iluminação natalina é política de desenvolvimento econômico. Cidade enfeitada atrai as famílias para a rua, movimenta a gastronomia e aquece o comércio local.
O prefeito destacou acertadamente a valorização da “Feira Sabor e Arte” e da associação de artesãos na Praça Willy Barth. São grupos de mulheres, clubes de mães, que saem de suas casas para expor e vender produtos feitos com amor, gerando renda e girando a economia local.
O saldo deste Natal é positivo: a cidade está linda, o custo baixou e a população está orgulhosa. Mas fica o recado para 2026: comecem antes. A burocracia não tira férias, e o Natal tem data marcada no calendário desde sempre. Não deixem para acender a luz quando a festa já tiver começado.
