A demolição do antigo paço municipal, ocorrida nesta semana, não derrubou apenas paredes de madeira e memórias de nossos pioneiros; ela abalou os alicerces da identidade rondonense. Como já escrevi aqui no Blog, estamos assistindo ao apagamento sistemático do nosso passado, uma ferida que permanecerá aberta na alma de quem ama esta terra.
Somando-se a essa indignação, recebi um manifesto contundente do ex-prefeito (1993-96) e ex-deputado estadual, Ademir Bier. Com a autoridade de quem já comandou o Executivo, Ademir não poupa críticas e aponta, sem meias palavras, a cadeia de responsabilidades, que vai do Legislativo ao Executivo, que permitiu que um patrimônio que já era protegido por lei desde 1985 fosse reduzido a entulho.
No texto, Ademir lista três culpados diretos. E embora ele não decline os nomes, este Blog cumpre seu papel de informar e traduz para o leitor quem são os personagens a que ele se refere:
O vereador propositor: Trata-se de João Eduardo dos Santos, o Juca, autor do projeto de lei em 2021 que revogou o tombamento histórico;
O prefeito da época: A crítica recai sobre Marcio Rauber, que tinha o poder de veto sobre a lei ordinária, mas optou por sancioná-la, abrindo a porteira para a destruição;
O executor final: A responsabilidade pelo ato derradeiro é do atual prefeito, Adriano Backes, que, seguindo o rito administrativo, autorizou a máquina a por o prédio abaixo nesta semana.
Para ele, o argumento de deterioração do imóvel não convence, servindo apenas de cortina de fumaça para a falta de vontade política e visão administrativa. É um texto duro e verdadeiro, que publico na íntegra a seguir.
Confira a opinião de Ademir Bier:
“Quem não sabe de onde veio, não sabe para onde vai”
Hoje escrevo com o coração pesado, não apenas como cidadão, mas como alguém que ajudou a construir a nossa história. O que foi demolido não era apenas um prédio antigo. Era um símbolo. Um marco da nossa origem, da luta dos pioneiros e do nascimento administrativo do município.
O antigo prédio da Prefeitura foi tombado por lei em 1985, justamente para ser protegido. Aquilo não foi um capricho político, mas um gesto de respeito à nossa memória coletiva. Por décadas, o prédio, construído por nossos pioneiros em 1950, seguiu vivo, presente no cotidiano da cidade, lembrando quem somos e de onde viemos.
Essa história começou a ser apagada em 2021, quando um vereador apresentou projeto de lei que revogou o tombamento. Mas é preciso dizer com clareza: a responsabilidade não é de um só.
São três os responsáveis diretos por essa demolição: o vereador que propôs o destombamento, o ex-prefeito da época, que tinha o poder constitucional de vetar uma lei ordinária e escolheu sancioná-la, e o atual gestor que, seguindo o rito, autorizou a demolição. Nenhum deles pode se eximir.
Poderia ter sido efetuado o tombamento preservando a fachada. Seria uma maneira de proteger o patrimônio cultural, que incide especificamente sobre a parte externa e visível deste tão importante prédio público, reconhecendo o seu valor histórico, arquitetônico e até cultural para a sociedade rondonense.
Se o prédio caiu, é porque ontem houve omissão, concordância hie autorização. Argumentar que o imóvel estava deteriorado não convence. Isso nunca foi motivo para destruição, mas sim um chamado à responsabilidade. Existem recursos estaduais e federais, inclusive a fundo perdido, para preservação do patrimônio histórico.
O que faltou não foi dinheiro, faltou vontade política, visão administrativa e compromisso com a memória da cidade; faltou entender que preservar história não é gasto: é investimento em identidade, educação e cultura.
Hoje, Marechal Cândido Rondon e sua gente assistem ser apagada um pouco da sua própria história. O vazio deixado pela demolição não será preenchido por nenhuma obra moderna. Perdemos mais do que madeira e paredes: perdemos referências, memórias e respeito pelo nosso passado.
Uma cidade que não preserva sua memória perde o rumo. E hoje, infelizmente, falhamos como guardiões da nossa própria história.
Ademir Bier
Ex-prefeito de Marechal Cândido Rondon

Gestor que não sabe a importância da cultura para um povo, não deveria se colocar para administrar uma cidade, uma sociedade! Simples Assim. Aguardem A “revitalização da Avenida MARIPÁ!
KKKKKKK QUEM VIVE DE HISTÓRIA É MUSEU……VÃO CARPI UM LOTE QUE VCS GANHAM MAIS……TINHA QUE LIMPAR AQUELE LIXO DE LA MESMO E PONTO FINAL…….VA CHUPA UMA MANGA ADEMIR !