“O mais correto e sensato da história foi o Jadir. E tu até avisou através da matéria.”

A mensagem acima eu recebi ainda ontem (06) a noite logo após o fim da reunião sobre a regularização fundiária dos bairros Augusto I e II, enviada por um cidadão rondonense que prefere não ser citado.

O que ele quis dizer é que na reunião aconteceu extamante o que já previa o Blog em matéria postada nesta quinta-feira: bate-boca, troca de acusações, vaias e frustração. O encontro, convocado pela Prefeitura de Marechal Cândido Rondon, reuniu pouco mais de cem pessoas e deixou claro que a paciência dos moradores está por um fio.

O vice-prefeito Vanderlei Sauer apareceu, mas fez apenas a abertura, desejou boa sorte à equipe técnica e deixou o local antes dos debates. Em seguida, a reunião foi conduzida por servidores do Planejamento, da Procuradoria Jurídica e da Assistência Social, sem a presença de secretários ou do prefeito.

Veja um vídeo com alguns trechos do encontro:

Empresas se enfrentam

A reunião se transformou num duelo público entre duas empresas: a Poyer Assessoria Ambiental e a Tributech Regularização Fundiária, contatada pelo município no programa Moradia Legal.

De um lado, a Poyer, que já atua há dois anos em diversos núcleos de Marechal Cândido Rondon, acusa a prefeitura de privilegiar a Tributech. Do outro, a nova parceira da administração defende que um convênio com o Tribunal de Justiça traz mais segurança jurídica.

Quando uma servidora da prefeitura afirmou que quem já tinha contrato com a Poyer não precisaria permanecer no local, porque “os processos seriam tocados normalmente”. Parte dos moradores levantou e deixou o salão. Não viram mais necessidade de permanecer. O salão que ficou quase vazio, mas o clima esquentou.

Vaias e desconfiança

O momento mais tenso ocorreu quando uma procuradora do município foi vaiada pelo público ao dizer que a prefeitura não tinha recursos suficientes para dar andamento aos processos de REURB já protocolados.

Moradores reclamaram de promessas antigas e da demora de décadas para resolver uma pendência que afeta diretamente o direito à moradia.

População cansada de esperar

O vereador Iloir “Padeiro”, que acompanha o tema desde 2023 e foi quem intermediou o início dos trabalhos da Poyer, também esteve na reunião e não escondeu a decepção. Ele disse que a prefeitura “parou na burocracia” e defendeu que basta publicar um edital para dar ciência aos interessados, já que muitos não residem mais na região ou até faleceram, se tornando impossível a notificação pessoal.

A Poyer, por sua vez, afirma que aguardará um novo prazo e, caso não haja resposta, acionará judicialmente o município.

Enquanto isso, os moradores seguem incrédulos. O sentimento geral é de que a novela da regularização fundiária em Marechal Cândido Rondon parece não ter fim, mesmo após tantas promessas e planos anunciados.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *