Muitos tentaram desqualificar o trabalho deste Blog ao longo da manhã, acusando-nos de disseminar “fake news” e alarmismo sobre a mudança do Batalhão de Polícia de Fronteira (BPFron) para Guaíra.

Mas a verdade tem força própria. A apuração dos fatos, somada à fala oficial do prefeito de Guaíra, Gileade Osti (Gile), confirma o que os trabalhadores no local já haviam dito nesta manhã e o que a imagem do caminhão da prefeitura daquele município sugeria: a mudança estava, sim, acontecendo.

Guaíra não enviou transporte oficial para buscar lixo ou sucata para leilão; enviou transporte para buscar o Batalhão, a pedido do próprio comando da corporação.

A versão que não cola

Tentando acalmar os ânimos após a repercussão negativa e o flagra do caminhão no pátio, o prefeito de Marechal Cândido Rondon, Adriano Backes, veio a público com uma versão difícil de engolir. Em entrevista ao portal AquiAgora.net, declarou que a movimentação se tratava apenas do carregamento de “materiais inservíveis” e itens sem uso que iriam para leilão.

É preciso fazer justiça: Backes agiu rápido e bem na pressão política de bastidores para garantir a permanência do BPFron hoje. No entanto, “errou a mão” na comunicação pública.

A justificativa de que um caminhão de outra cidade veio para carregar apenas sucata subestima a inteligência da população e levanta perguntas óbvias que desmontam essa narrativa:

  • Por que a Prefeitura de Guaíra enviaria um caminhão oficial e funcionários para outra cidade apenas para transportar “sucata” de um leilão?
  • Se eram apenas materiais inservíveis, por que a “nova orientação” vinda de Curitiba mandou descarregar tudo de volta no Batalhão? O lixo virou luxo em duas horas?

Era mudança, sim!

Inconformado com a fragilidade da “versão oficial”, este Blog foi buscar a informação na origem do transporte. Afinal, se o caminhão é da Prefeitura de Guaíra, alguém deu a ordem para ele vir.

Em contato exclusivo com o prefeito Gileade Gabriel Osti, a resposta foi transparente e derrubou definitivamente as teses de “fake news” ou de “limpeza de pátio”. Questionado sobre quem pediu o veículo e qual era o objetivo, o prefeito Gile foi direto:

“Foi nos solicitado apoio logístico para transferência de alguns móveis e utensílios. Visando a transferência provisória, haja vista que a estrutura não está atendendo o Batalhão e a obra da nova sede está paralisada.”

O prefeito da cidade vizinha foi além, confirmando que a ordem partiu de uma necessidade operacional e que Guaíra está pronta para levar o Batalhão:

“Guaíra reúne toda a infraestrutura necessária (uma das melhores do Paraná) para abrigar o Batalhão, provisoriamente, até que se resolva a questão da nova sede em MCR. Atendemos ao pedido do Comando do BPFron.”

Sobre o retorno do caminhão vazio, Gile confirmou a reviravolta política relatada mais cedo pelo Blog:

“O caminhão retornou, pois houve uma solicitação para suspensão do carregamento em virtude de novas orientações.”

Sem retaliação, diagnóstico técnico

Se por um lado falou-se muito em retaliação política devido à negativa de Marechal ao presídio, fontes ligadas à Segurança Pública em Curitiba garantem que o buraco é mais embaixo. A intenção de transferir a sede é puramente técnica e lógica, nada de retaliação.

O diagnóstico é claro: a atual instalação em Marechal Cândido Rondon, além de ser alugada, é inadequada, precária e não atende mais às necessidades da tropa. Sem a conclusão da obra da sede própria, que se arrasta há tempos, a permanência se tornou insustentável.

Enquanto Rondon oferece improviso, Guaíra oferece uma sede nova, um quartel amplo e com todas as condições operacionais. A própria fala do prefeito Gile reforça essa visão de infraestrutura versus paralisia.

A realidade bate à porta

A declaração do prefeito vizinho coloca um ponto final na discussão sobre “se” o BPFron iria sair. A decisão técnica já existia, o pedido foi feito e o transporte foi enviado. O que impediu a concretização da “transferência provisória” hoje foi a suspensão de última hora. Mérito da pressão política exercida.

A mudança não é um boato. É um processo que foi interrompido no meio do caminho esta manhã. Se as lideranças de Marechal Cândido Rondon (políticas e sociedade organizada) não saírem da inércia para resolver o problema da obra parada, o caminhão volta.

O aviso final está na frase derradeira do prefeito de Guaíra ao Blog:

“Estamos sempre à disposição do BPFron, SESP e Governo do Estado no que tange a melhor estratégia para a segurança pública regional.”

2 Replies to “Prefeito de Guaíra confirma: caminhão veio para buscar o BPFron

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