Ratinho no jogo e Caiado procurando abrigo

A política nacional anda parecendo jogo de cadeiras. Enquanto o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, tenta achar um novo partido para seguir sonhando com o Planalto, o governador do Paraná, Ratinho Júnior, vai ganhando força dentro do PSD como um nome viável para 2026.
Caiado deve sair do União Brasil e pode desembarcar no Solidariedade, que se prepara para formar uma federação com o PRD. Já no União, o discurso é de unidade e os nomes que poderiam unir direita e centro-direita são justamente Ratinho e Tarcísio de Freitas, de São Paulo.

Governo tenta se reerguer

Depois de ver sua Medida Provisória sobre o IOF morrer no plenário da Câmara, o governo Lula tenta juntar os cacos e mostrar que ainda tem cartas na manga. A nova aposta é taxar as casas de apostas, as famosas bets.
No Planalto, avaliam que a medida tem “apelo popular” e pode desgastar a oposição, que dificilmente se colocaria contra uma tributação sobre apostas on-line. Além de política, a jogada é também econômica: o governo precisa recompor os R$ 46,5 bilhões que deixou de arrecadar com a MP derrubada.

Lula na frente em todos os cenários

A mais nova pesquisa Genial/Quaest, divulgada nesta quinta-feira (9), mostra que o presidente Lula segue liderando em todos os cenários. Tem entre 35% e 43% das intenções de voto no primeiro turno e vence todos os adversários no segundo.
Mesmo inelegível, Jair Bolsonaro continua sendo o principal nome da direita, seguido de Michelle Bolsonaro, Tarcísio de Freitas e Ratinho Júnior. Este último aparece com 31% contra 44% de Lula, uma diferença de 13 pontos, mas ainda assim suficiente para colocá-lo no radar dos partidos que buscam uma alternativa à polarização.

Ciro Nogueira consulta o Bolsonaro

O presidente do PP, senador Ciro Nogueira, esteve com o ex-presidente Jair Bolsonaro para “conversar sobre 2026”. Segundo ele, foi uma troca de impressões, mas ninguém duvida de que o assunto central foi a sucessão presidencial.
Nos bastidores, Ciro vê Tarcísio e Ratinho como os nomes mais viáveis da direita. Bolsonaro, mesmo inelegível, segue sendo o centro gravitacional do grupo, ditando quem entra e quem sai do jogo.

CPI do INSS: silêncio e ameaça

Em Brasília, a CPI do INSS virou palco de embates. O senador Carlos Viana estranhou a decisão do ministro Flávio Dino, do STF, de conceder habeas corpus a Milton “Cavalo”, presidente do Sindicato dos Aposentados. Dino garantiu a ele o direito de ficar calado.
O relator da CPI, deputado Alfredo Gaspar, não gostou: ameaçou chamar Frei Chico, irmão do presidente Lula, caso Milton mantivesse o silêncio. Manteve e o clima esquentou. Governistas reagiram, acusando Gaspar de usar métodos “da ditadura”.

Clima ruim com o Plano Clima

O governo também enfrenta resistência do agronegócio com o novo Plano Clima, que define metas de redução de gases do efeito estufa para o setor agropecuário.
Produtores rurais dizem que os cálculos são exagerados e prejudicam a imagem do Brasil lá fora. Já ambientalistas defendem que o agro precisa assumir sua parcela de responsabilidade na emissão de metano e no desmatamento. Tudo isso às vésperas da COP-30, que será realizada em Belém.

Ratinho divide o PSD e encurta a distância de Lula

Dentro do PSD, o nome de Ratinho Júnior cresce e também causa desconforto. Alguns líderes próximos de Lula admitem que, se o governador do Paraná for candidato, terão que apoiá-lo por lealdade partidária.
Essa divisão interna pode reduzir o alcance do PT em alguns estados. Ratinho, que vem apostando numa imagem de gestor equilibrado e pragmático, conta ainda com o apoio informal de setores do bolsonarismo que veem nele uma “saída possível” para 2026.

Gilmar quer resolver o marco temporal

O ministro Gilmar Mendes anunciou que pretende liberar ainda neste ano o julgamento sobre o marco temporal das terras indígenas. O tema, que gera tensão entre ruralistas e defensores dos povos originários, voltou à pauta após o STF ter derrubado a lei aprovada pelo Congresso em 2023.
Gilmar quer um consenso entre os ministros antes de mandar o texto ao plenário. A meta é encerrar o impasse antes da COP-30, em Belém.

Progressistas do Paraná mandam recado a Moro

Uma postagem com o título “Rumo a 2026, Paraná!” movimentou os bastidores do Progressistas. A imagem mostra os deputados Tião Medeiros, Ricardo Barros, Vermelho e Toninho Wandscheer ao lado de Ciro Nogueira.
O recado é claro: o diretório estadual terá autonomia para decidir os rumos da eleição ao governo do Paraná. E isso inclui o nome que o PP apoiará, o que pode frustrar o plano de Sergio Moro, que quer escolher o vice do partido.

Cassações em Curitiba e mudanças na Câmara

O TRE-PR anulou os votos do PRD em Curitiba por fraude na cota de gênero, e dois vereadores vão perder o mandato. O caso envolve candidatas “laranjas” que não fizeram campanha efetiva.
Com a recontagem dos votos, novos vereadores devem assumir, e o cenário político da capital vai mudar. O corregedor da Câmara, Sidnei Toaldo, está entre os cassados.

Ratinho só observa

Durante o congresso da AMP, prefeitos e lideranças políticas do Paraná queriam saber: quem Ratinho apoiará para o governo estadual em 2026?
Alguns apostam em Guto Silva, outros em Darci Piana ou Alexandre Curi. Mas há quem diga que o governador já tem um nome escolhido e apenas aguarda o momento certo para anunciar, talvez junto com sua própria decisão sobre a corrida presidencial.

Operação Fake Care: prefeito preso

Fechando o dia, a notícia mais pesada veio do Ministério Público do Paraná: o prefeito de Fazenda Rio Grande, Marco Marcondes (PSD), foi preso na operação Fake Care, que investiga fraudes e desvios na área da saúde.
O esquema teria causado prejuízo de mais de R$ 10 milhões aos cofres públicos. Entre os presos, também estão um auditor do Tribunal de Contas e dois empresários. O caso promete novos capítulos e mais dor de cabeça para o PSD.

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