Lula e Trump em sintonia
O telefonema entre Lula e Donald Trump virou o assunto mais comentado do dia, e com razão. Depois de trocarem farpas no passado, os dois presidentes agora ensaiam uma reaproximação, com direito a elogios mútuos e promessas de visita. Lula pediu a retirada da sobretaxa de 50% aos produtos brasileiros, e Trump, em tom amistoso, chamou o petista de “bom homem”. Mudança de rota digna de novela: ontem era “lunático”, hoje é “parceiro comercial”.
Dois lados da moeda
Apesar do clima cordial, a conversa também é estratégica. Trump quer se mostrar conciliador enquanto enfrenta resistências internas; Lula tenta aliviar a pressão econômica causada pelo tarifaço. O pano de fundo é puramente político — e, como sempre, econômico. A designação de Marco Rubio, crítico de Lula e aliado do trumpismo, para liderar o diálogo mostra que confiança ainda é artigo de luxo nessa relação.
Ratinho no radar nacional
Enquanto isso, Ratinho Junior continua sendo o nome mais comentado da direita moderada. Tarcísio de Freitas e Ciro Nogueira têm elogiado o governador paranaense como possível candidato à Presidência em 2026. O cálculo é simples: baixa rejeição, perfil gestor e um discurso que agrada tanto o centro quanto o eleitorado conservador. Ratinho ainda nega, mas o script está pronto.
A direita se organiza (ou tenta)
Ciro Nogueira diz que a direita trabalha com dois nomes: Tarcísio e Ratinho. Como o paulista tende à reeleição, cresce a leitura de que o paranaense pode ser o projeto nacional. Fala-se em união no primeiro turno, mas a disputa pela vice deve pulverizar o campo. No meio do fogo amigo, Ronaldo Caiado busca abrigo no Solidariedade e no Podemos, tentando não sobrar no churrasco.
Caiado x Ciro
Os dois trocaram farpas nas redes. Preterido da lista “viável” de Ciro, o goiano acusou o senador de “ansioso por vaga de vice” e o chamou de “inexpressivo nacionalmente”. Ciro devolveu dizendo não ter tempo para “polêmicas vazias”. Tradução: muita vaidade, pouco consenso. Falta combinar com o eleitor.
Michelle ou Eduardo?
Na ala bolsonarista, o enredo é outro: Michelle Bolsonaro começa a ser testada como alternativa, mas enfrenta resistência dentro de casa. Eduardo Bolsonaro não quer saber de madrasta candidata, e o “clã” segue dividido. A direita parece mais preocupada com o sobrenome do candidato do que com o projeto, e nisso, Ratinho vai crescendo quietinho, sem precisar bater na mesa.
Partidos em baixa
Enquanto os caciques se movimentam, o eleitor se afasta: o TSE registrou queda no número de filiados pelo sexto mês consecutivo. MDB, PSDB e PL foram os que mais perderam. O único a crescer foi o Novo, mas ainda pequeno demais para fazer barulho. O desinteresse é sintoma claro de um país que vota, mas não se sente representado.
STF e Sergio Moro
A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal formou maioria para manter Moro réu por calúnia contra Gilmar Mendes. Cármen Lúcia lembrou que embargos não reescrevem acórdão. Sessão virtual vai até 10 de outubro; com o recurso rejeitado, o processo segue. Um lembrete de que, em Brasília, o passado sempre cobra com juros.
Eleições suplementares no Paraná
São João, São Tomé e Cruzeiro do Iguaçu escolheram novos prefeitos neste domingo (5). Joni Zanella venceu em São João (55,42%); João Paulo Fogo em São Tomé (58,19%); e Jean Carlos Cardoso em Cruzeiro (55,45%). Clima tranquilo, abstenção entre 13% e 20%. Democracia funcionando no atacado e no varejo.
A engrenagem gira
O governador Ratinho Junior confirmou presença na abertura do Congresso dos Municípios, em Curitiba nesta terça (07). O evento discutirá reforma tributária e políticas públicas. Ratinho, que já é visto como presidenciável, segue administrando com um olho em 2026 e outro nas pautas locais. No fim das contas, política é isso: jogo de cena, estratégia e, claro, timing.