A manifestação do vereador Iloir de Lima, o Padeiro (PL), sobre o plantio de fumo dentro da área urbana do distrito de Porto Mendes continua repercutindo. Nesta semana, a Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra) enviou um ofício à Câmara de Vereadores de Marechal Cândido Rondon, pedindo esclarecimentos e defendendo os produtores da região.
No documento, assinado pelo presidente Marcílio Laurindo Drescher, a Afubra diz que o pronunciamento do vereador “fez críticas ao cultivo do tabaco, especialmente quanto ao uso de defensivos agrícolas”, e que seria necessário “corrigir informações que, quando distorcidas, comprometem a compreensão da realidade e prejudicam uma atividade legítima, responsável por parcela significativa da renda de milhares de famílias”.
A entidade cita uma pesquisa da Universidade de São Paulo (USP) que aponta que o tabaco responde por apenas 1,01% do total de ingredientes ativos por hectare utilizados em defensivos agrícolas no Brasil, enquanto culturas como frutas, soja e milho apresentam índices muito superiores.
A carta também reforça que, embora o uso de agrotóxicos em áreas urbanas não seja aceitável, “responsabilizar exclusivamente o cultivo do tabaco pelo uso de venenos é uma generalização injusta”.
Vereador mantém posição
O ofício foi lido durante a sessão de segunda-feira (6), quando o vereador Padeiro voltou a se pronunciar na tribuna. Ele destacou que sua manifestação anterior se referia exclusivamente ao plantio de fumo dentro do perímetro urbano em Porto Mendes, e não a críticas à atividade em si ou aos fumicultores.
Segundo o parlamentar, o objetivo foi alertar para o uso de agrotóxicos próximo a residências, escolas e locais públicos, o que representa risco direto à saúde da população e não se confunde com a produção rural tradicional.
“Respeito o trabalho dos agricultores, mas o que está em discussão é o bom senso e o respeito ao espaço urbano. Cada coisa no seu lugar”, resumiu o vereador.
O vereador está totalmente correto. Ali não é adequado ter esse tipo de cultura.