Sergio Moro comandou nesta sexta-feira, 12 de setembro de 2025, a primeira reunião da executiva paranaense do União Brasil desde que assumiu a presidência do diretório estadual. O encontro, realizado em Curitiba, concentrou-se em manter a coesão interna da sigla e em definir posicionamentos para a disputa eleitoral de 2026.

Durante a reunião, o senador destacou reiteradamente o trabalho do ex-deputado federal Felipe Francischini à frente do partido e manifestou interesse em vê-lo como vice-presidente da legenda. Francischini, porém, ainda avalia seu futuro político. Conforme apurado nos bastidores, ele manteve conversas com dirigentes do Podemos, entre eles o ex-senador Alvaro Dias, e só deve anunciar eventual mudança de partido na janela partidária de 2026.

Moro também direcionou recado ao Palácio Iguaçu. Ao afirmar que o União Brasil “não faz oposição” ao governador Ratinho Junior, o ex-juiz da Operação Lava Jato salientou a existência de “muitos mais pontos de convergência do que de divergência” com a administração estadual, abrindo sinal para diálogo em busca de alianças.

O encontro aprovou alterações na composição interna. O deputado estadual Tito Barrichello assumiu a Secretaria-Geral e, em participação remota a partir do aeroporto de Cascavel, declarou já trabalhar pela pré-campanha de Moro ao governo paranaense, afirmando que o nome do senador “está forte” no estado. Moro, contudo, conteve o entusiasmo e lembrou que uma eventual candidatura ainda depende de discussões com o PP, presidido por Ricardo Barros, partido que integra a Federação União Progressista.

Outra mudança foi a escolha de Ricardo Guerra, segundo suplente de Moro no Senado, para a tesouraria da sigla. Fora da executiva, o deputado federal Mauro Moraes recebeu elogios do novo presidente, apesar de ter perdido indicações em cargos no governo após declarar apoio antecipado a Moro. Aliados avaliam que Barrichello possa enfrentar retaliação semelhante nas próximas semanas.

Com esses ajustes internos e acenos externos, o União Brasil inicia a preparação para 2026, tentando equilibrar unidade partidária, manutenção de espaços na gestão estadual e a possível candidatura de Sergio Moro ao Palácio Iguaçu.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *