A bancada feminina da Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) decidiu protocolar uma representação no Conselho de Ética contra o deputado Ricardo Arruda (PL). O pedido será apresentado pela líder do grupo, deputada Mabel Canto (PP), após Arruda referir-se repetidamente à ministra do Supremo Tribunal Federal, Carmen Lúcia, como “bruxa” em discurso no plenário na tarde de terça-feira, 16 de setembro.

Na mesma fala, o parlamentar criticou a decisão do STF que condenou o ex-presidente Jair Bolsonaro por participação em tentativa de golpe, elogiou o voto contrário do ministro Luiz Fux e afirmou que esse posicionamento “desmascarou” a ministra e outros integrantes da Corte. Durante a manifestação, as deputadas Cristina Silvestre (PP), Luciana Rafagnin (PT), Ana Julia (PT) e Mabel Canto protestaram em tempo real contra o tom adotado por Arruda.

Em nota oficial, Mabel Canto alegou que expressões desse tipo configuram violência política de gênero e afirmou que ofensas recorrentes do deputado precisam ser barradas dentro e fora do Legislativo estadual. A deputada anunciou que, além da representação, poderá solicitar outras medidas cabíveis para coibir discursos considerados ofensivos a mulheres em cargos públicos.

O Conselho de Ética da Alep é responsável por avaliar condutas de parlamentares que possam violar o decoro. Depois de protocolada, a denúncia passará por análise preliminar; se acolhida, abre-se processo que pode resultar em advertência, suspensão ou cassação do mandato, dependendo da gravidade da infração.

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