Uma pesquisa encomendada junto ao instituto Quaest jogou gasolina no fogo da sucessão paranaense. Ao destacar apenas Guto Silva como possível candidato do PSD em 2026, o instituto deixou de fora do levantamento dois pesos-pesados: Rafael Greca e Alexandre Curi. Resultado: uma crise de ego e de articulação dentro da legenda.

O staff “dos excluídos” teria identificado as digitais de quem operou para criar um cenário único com Guto. As informações foram publicadas pelo jornalista Karlos Kohlbach, do Blog Politicamente.

Greca ensaia distanciamento

A reação foi imediata. Rafael Greca não engoliu o desaforo e reclamou a aliados da preferência escancarada do Iguaçu por Guto Silva.

Nas redes sociais, o ex-prefeito de Curitiba tratou de dar recados sutis. Ou nem tanto. Fez questão de divulgar encontros com caciques do União Progressista (UP), como Ricardo Barros e Felipe Francischini, deixando claro que há portas abertas fora do PSD.

Para aumentar o incômodo, Greca ainda rasgou elogios à prefeita de Ponta Grossa, Elizabeth Schimidt, principal entusiasta da candidatura de Sergio Moro ao Palácio Iguaçu.

Curi joga em paralelo

Mais discreto, Alexandre Curi preferiu não dar murro na mesa, mas também mandou seus sinais. Ele voltou a circular em eventos do Republicanos e reabriu conversas sobre possível mudança de partido. A porta do partido de Tarcísio de Freitas segue escancarada para ele disputar o governo em 2026 mesmo que Guto seja oficializado pelo PSD.

Paralelamente, o presidente da Assembleia intensificou agendas no interior, reunindo prefeitos e lideranças em grandes encontros, um destes aqui em Marechal Cândido Rondon, uma clara demonstração de força e prestígio.

O recado é simples: se não houver espaço no PSD, o mercado político está aquecido.

Ratinho posterga, Guto acelera

Ratinho Jr. parece que entendeu os recados. Ele decidiu mais uma vez, empurrar pra frente a definição de quem será o candidato do governo.

Interlocutores de Greca e Curi afirmam que vão respeitar a escolha de Ratinho, caso ele bata o martelo em favor do “candidato do coração”, mas exigem liberdade para testar suas próprias viabilidades.

Enquanto isso, Guto Silva tenta transformar a exposição em ativo: novas agendas, redes sociais remodeladas e consultas a marqueteiros. A aposta é consolidar a imagem de herdeiro natural.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *