Estive em Curitiba nesta terça-feira (19) para uma reunião da ADI – Associação dos Jornais do Paraná. E, aproveitando a agenda, fui ver de perto os bastidores da política no jantar organizado pela AMP – Associação dos Municípios Paranaenses, no tradicional restaurante Madalosso.

Ali, diante de prefeitos, vereadores, deputados e secretários, o governador Ratinho Junior foi lançado candidato a presidente da República por praticamente todos os oradores da noite.

Bolsonaro fora do jogo, Tarcísio enfraquecido

O cenário nacional parece conspirar a favor. Bolsonaro, preso e politicamente fragilizado, já não é o mesmo mito.

Tarcísio de Freitas, o herdeiro natural do bolsonarismo, vem perdendo terreno após manobras para minimizar o tarifaço que castigou São Paulo. O próprio clã Bolsonaro agora critica abertamente o governador paulista.

Além disso, Tarcísio tem praticamente certa uma reeleição como governador de São Paulo e não deve trocar o certo pelo duvidoso.

O trunfo do “pai Ratinho”

Ratinho Jr, por sua vez, carrega uma carta que nenhum concorrente tem: a popularidade do pai, o apresentador de TV Ratinho. Um nome que ainda mobiliza as camadas mais humildes, sobretudo no Nordeste, território dominado pela esquerda.

Aliás, foi justamente no Nordeste que o grupo de comunicação Massa mais investiu nos últimos anos, especialmente em novas emissoras de rádio. Será que foi por acaso?

Essa conexão com o povão pode ser decisiva em uma eleição presidencial.

O discurso da moderação

Na tribuna improvisada, Ratinho Jr reforçou o tom que vem repetindo: nada de extremismos. “Ideologia não coloca comida no prato de ninguém”, diz seguidamente.

O governador se posiciona na centro-direita, pregando políticas públicas concretas em vez de narrativas ideológicas. É uma fala que dialoga tanto com prefeitos do interior quanto com empresários e lideranças políticas.

Não à toa, sua aprovação no Paraná passa dos 80%.

Prefeitos, secretários e pré-candidatos

O jantar, promovido pela AMP (presidida por Marcel Micheletto, prefeito de Assis Chateaubriand e amigo de Ratinho), foi um verdadeiro desfile de lideranças da região. Vi pessoalmente Adriano Backes (MCR), César Seidel (Quatro Pontes), o vice Sargento Tonelli, Jair Bokorni (Entre Rios), Renato Silva (Cascavel) e o próprio Micheletto, entre tantos outros.

Além de Ratinho, vários secretários também falaram, especialmente os que devem disputar as urnas em 2026. E subiram ao microfone os dois principais pré-candidatos ao governo do Paraná: Alexandre Curi, presidente da Assembleia, e Guto Silva, secretário das Cidades.

O recado do líder

Antes de encerrar, Ratinho deixou uma mensagem em tom de advertência: “Cateto que sai do bando vira comida de onça”. Em tradução livre: quem quiser crescer politicamente precisa manter-se alinhado ao grupo.

Mais que um jantar, um lançamento nacional

A noite no Madalosso não foi apenas confraternização. Foi o pontapé de um projeto presidencial que vem ganhando corpo.

E, ao que tudo indica, o Paraná nunca esteve tão perto de colocar um filho na corrida pelo Planalto.

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