O clima está fervendo nos bastidores da política rondonense. Segundo apuração do Blog do Jadir, o prefeito Adriano Backes (PP) convocou na tarde desta sexta-feira (8) uma reunião com os vereadores da base para tratar de um único assunto: a votação do afastamento da vereadora Tania Maion (Republicanos), prevista para a próxima segunda-feira (11).
Mas não foi uma simples reunião de alinhamento. Foi um verdadeiro cerco político, com direito a confisco de celulares. Sim. todos os aparelhos foram deixados na ante-sala do gabinete, numa clara tentativa de evitar gravações, prints ou vazamentos. O clima, segundo relatos, foi de tensão total. E o recado do prefeito, direto ao ponto:
“Ou vota para afastar, ou está fora do grupo!”
Suplentes na mira
Na mesa, além dos vereadores da base, estavam também três titulares de mandato que hoje ocupam secretarias municipais: Marciane Specht (Saúde), Marciel Escher (Infraestrutura) e Claudinho Koehler (Desenvolvimento Econômico). O recado foi direto: se algum suplente ameaçar votar contra o relatório da Comissão de Ética, o titular pode reassumir o cargo antes da sessão. E há quem acredita que isso já está sendo articulado.
Um dos alvos dessa estratégia é o vereador Cristiano Mertzner, o Suko (Republicanos), que conversou com o prefeito separadamente, mais cedo. Suko já havia se manifestado publicamente em defesa de Tânia, inclusive durante a leitura do relatório na sessão da última segunda-feira (4). Segundo o próprio Suko informou ao Blog, reafirmou três vezes ao prefeito que manterá seu posicionamento contrário à punição da vereadora. Isso aumenta a possibilidade de o titular Marciel Escher reassumir o mandato antes da sessão, numa tentativa do Executivo de neutralizar o voto dissidente.
Situação ainda mais delicada vive o vereador Verde (União Brasil), que ocupa a vaga da secretária Marciane Specht. Verde rompeu com o prefeito há meses e tem feito críticas públicas à gestão, o que o torna, aos olhos do Executivo, um voto incômodo. Nos bastidores, já se dá como quase certa a volta de Marciane à Câmara na segunda, para barrar qualquer “surpresa” que Verde pudesse causar no placar.
O único que deve escapar dessa dança das cadeiras é Carlinhos Silva (PP), suplente do próprio partido do prefeito e sempre alinhado ao grupo. Um voto considerado 100% confiável.
Participações online
O temor no grupo do prefeito é que Tania escape por um voto, já que até ontem a conta estava no fio da navalha. A cirurgia de Sargento Spohr (PL) mudava a matemática. Mas agora, de última hora, ele parece que vai participar online, mesmo em recuperação, e ainda que tenha sido desaconselhado. O mesmo vale para o vereador Rafael Heinrich (União Brasil), que estará em Curitiba na data da sessão, mas também deve entrar remotamente para garantir voto a favor da punição.
Com tudo isso acontecendo, a balança volta a pender e a pressão sobe. O que era uma sessão politicamente delicada, agora virou um teste de fidelidade explícito. Segunda-feira não será só sobre ética parlamentar. Será sobre quem manda e quem obedece.
Entrando na ditadura, começou cedo na nossa cidade 😡
Os mandos e desmandos, do Brasil explícitos, partem de todos os poderes, e são feitos para calar à quem se impõe ao sistema. Lembrando que o tiro pode sair pela culatra.