O ex-presidente da Assembleia Legislativa do Paraná, Valdir Rossoni, e o ex-chefe de gabinete Altair Carlos Daru foram condenados por ato de improbidade administrativa devido à contratação de uma funcionária fantasma entre 2003 e 2005. A decisão é da juíza substituta Diele Denardin Zydek, da 5ª Vara da Fazenda Pública de Curitiba, em ação proposta pelo Ministério Público estadual. Cabe recurso.

O processo identificou que Hellena Luiza Valle Daru, mãe de Altair, recebeu R$ 520.089,85 em salários sem jamais ter prestado serviços à Assembleia. Os valores, equivalentes na época a até o dobro do teto do funcionalismo, eram depositados em conta no nome de Hellena e movimentados pelo filho, inclusive fora do horário bancário. Segundo a sentença, as transferências também envolveram contas de outros servidores do gabinete.

A magistrada determinou que Rossoni e Altair Daru ressarçam integralmente o erário, com atualização monetária, e paguem multa civil igual ao acréscimo patrimonial obtido. Ambos tiveram os direitos políticos suspensos por 14 anos e estão proibidos de contratar com o poder público ou receber incentivos fiscais ou creditícios pelo mesmo período. A ex-funcionária do banco, denunciada por suposta facilitação dos saques, foi absolvida por falta de provas.

Em sua defesa, Rossoni afirmou não ter conhecimento da irregularidade e alegou motivação política na acusação. Altair Daru sustentou que apenas apresentou documentos da mãe para incluí-la em plano de saúde e que a nomeação teria sido feita pelo setor de pessoal. A juíza rejeitou as versões e concluiu que ambos participaram do desvio de recursos, caracterizando enriquecimento ilícito.

O caso tornou-se público em 2011, quando Rossoni presidia a Assembleia. Na época, ele exonerou Altair após a revelação da fraude. Rossoni encerrou a carreira política em 2022, após mandatos como deputado estadual, deputado federal, prefeito de Bituruna e chefe da Casa Civil do governo Beto Richa.

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