A Federação das Indústrias do Paraná (Fiep) classificou como “paliativas” as medidas emergenciais anunciadas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na quarta-feira (13). O pacote foi apresentado para amparar empresas exportadoras afetadas pela tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos, mas, segundo a entidade, só ganhará efetividade se o governo brasileiro conseguir reverter o tributo por meio de negociações técnicas e diplomáticas.

“As iniciativas dão fôlego imediato, porém não garantem a sobrevivência dos segmentos dependentes do mercado norte-americano”, afirmou o presidente do Sistema Fiep, Edson Vasconcelos, nesta quinta-feira (14). Ele argumenta que o Executivo precisa assumir papel de negociador principal para derrubar as taxas, sob pena de ver empresas encerrarem atividades e cortarem empregos.

Críticas à condução das tratativas

Vasconcelos declarou que o governo federal tem priorizado “questões ideológicas e políticas” em detrimento dos interesses econômicos. De acordo com ele, enquanto outros países já obtiveram redução de tarifas junto à administração norte-americana, o Brasil não estaria buscando um diálogo técnico consistente, reduzindo as chances de acordo a cada semana.

Impacto nas exportações paranaenses

Em 2024, o Paraná exportou quase US$ 1,6 bilhão para os Estados Unidos. A nova taxa incide sobre oito dos dez principais itens enviados pelo estado, poupando apenas os setores de papel e celulose (US$ 53,8 milhões) e suco de laranja (US$ 9,5 milhões).

O efeito mais severo recai sobre os produtos madeireiros, responsáveis por cerca de 40% das vendas externas paranaenses aos EUA. No ano passado, o setor movimentou mais de US$ 614 milhões e emprega 38 mil pessoas no estado. Cidades como Bituruna, União da Vitória e Imbituva dependem fortemente dessa cadeia produtiva.

Outros ramos que também correm risco de retração são:

  • Metalmecânico – US$ 397 milhões em 2024
  • Couro – US$ 47 milhões
  • Cerâmica – US$ 33 milhões
  • Móveis – US$ 14 milhões
  • Alimentos, como café, mate e carne

Para a Fiep, somente a reversão da tarifa permitirá que esses setores mantenham produção, emprego e receita. Caso contrário, o pacote federal servirá apenas para adiar um colapso anunciado, concluiu Vasconcelos.

Com informações de Contraponto

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