A Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Paraná (Faciap) concluiu que o estado dispõe de alternativas robustas para compensar possíveis perdas de US$ 735 milhões em vendas aos Estados Unidos, após a adoção de novas tarifas norte-americanas sobre produtos brasileiros.
Mercados emergentes ganham espaço
No primeiro semestre de 2025, as exportações paranaenses para a China somaram US$ 3,5 bilhões, volume cinco vezes superior às vendas para o mercado americano no mesmo período. O levantamento, feito com base em dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), listou dez destinos emergentes com crescimento mensal consistente, liderados por China e Argentina.
Agronegócio puxa o avanço
Entre janeiro e junho, a China absorveu quase metade de tudo o que o Paraná vendeu ao exterior, destacando-se a soja (US$ 2,9 bilhões), carnes e miudezas comestíveis (US$ 313 milhões) e pastas químicas de madeira (US$ 91 milhões). A Índia surgiu como grande compradora de óleo de soja, movimentando US$ 252 milhões, enquanto a Argélia importou US$ 134 milhões em açúcares, sinalizando oportunidades na África.
Automotivo em expansão na América Latina
No setor automotivo, a Argentina liderou a lista de compradores de automóveis de passageiros do Paraná, com US$ 234 milhões. O país vizinho também adquiriu tratores (US$ 76 milhões) e autopeças (US$ 70 milhões). A Colômbia apareceu como segundo mercado mais promissor, importando US$ 46 milhões em veículos e componentes.
Madeira ainda vulnerável
O estudo identifica o setor madeireiro como o mais exposto às tarifas dos EUA. Fora a presença de pastas químicas na China, os produtos florestais do estado têm participação restrita em outros mercados, exigindo estratégias específicas de inserção.
Recomendações da Faciap
Para o curto prazo, a entidade sugere acelerar a entrada de produtos madeireiros na China e em demais países asiáticos. No médio prazo, recomenda fortalecer parcerias automotivas com Argentina e Colômbia e ampliar a presença na África a partir da Argélia. Em longo prazo, a federação defende maior consolidação na Ásia – especialmente Índia e Indonésia – e políticas públicas que facilitem crédito, missões comerciais e capacitação empresarial.
Dados oficiais do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços confirmam a tendência de diversificação das exportações brasileiras para a Ásia e América Latina.
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O estudo evidencia caminhos para reduzir a dependência de um único mercado. Continue acompanhando nossas atualizações e fique por dentro das oportunidades que podem beneficiar empresas paranaenses. Compartilhe a notícia e siga nosso portal para mais informações.
Com informações de Contraponto