A frase, dita com ênfase pelo advogado Oscar Nasihgil, abriu a coletiva do Partido Liberal (PL) em Marechal Cândido Rondon na manhã desta quarta-feira (16), após a sentença que anulou os votos da Federação Brasil da Esperança (PT/PCdoB/PV) por fraude à cota de gênero. A decisão, que ainda cabe recurso, projeta a entrada do policial Fábio Fockink como novo vereador.
Oscar foi direto ao ponto: “Não é comemoração pela cassação, é pela legalidade. Na eleição há regras, e elas precisam ser cumpridas.” O advogado exaltou o trabalho técnico do escritório Bersch Advocacia, que rerpesentou o partido e moveu a ação já durante a campanha, monitorando duas candidaturas femininas suspeitas de serem fictícias.
O advogado João Gustavo Bersch detalhou o caso e explicou que a Justiça identificou ausência completa de atos de campanha de pelo menos uma candidata da Federação, o que levou à anulação dos votos da chapa e recálculo do quociente eleitoral.
“Não tem relação com mandato já em curso. A irregularidade vem desde as convenções. E quem descumpre a lei eleitoral sabe as consequências: perde a vaga”, afirmou.
Celeridade do TRE
Durante a coletiva, o advogado João Gustavo Bersch destacou a agilidade do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) em casos semelhantes. Citou exemplo recente de um outro caso se eem outro município, onde o julgamento em segunda instância ocorreu em poucos meses.
“Se houver recurso da federação, acreditamos que a decisão definitiva saia ainda neste ano”, afirmou.
A política pós-cassação
Para o policial Fábio, a notícia foi recebida como “cumprimento da justiça divina e da justiça dos homens”. Com tom conciliador, destacou que o foco agora é trabalhar pelo município. “O que vale é somar, não dividir”, declarou.
Mas, uma pergunta que pairou no ar — e que eu trouxe à tona — foi sobre a configuração política da Câmara caso a mudança se confirme no TRE. Afinal, a bancada do PL hoje não é homogênea: apesar da presença de alguns suplentes, os dois vereadores eleitos pelo partido, Iloir Padeiro e Sargento Spohr não deram as caras na coletiva do partido.
Eleito pelo PL, Padeiro hoje tem trânsito livre na base do prefeito Adriano Backes. Sphor tem flertado com o grupo do ex-prefeito Marcio Rauber, e até o suplente Neco do Peixe (presente na coletiva), transita no governo.
Fábio foi diplomático, mas deixou claro que sua entrada não será para compor governo:
“Meu compromisso é com o grupo do PL. Meu papel será unir a bancada, conversar com todos e realinhar o partido. Quando assumimos a cadeira, assumimos também uma liderança”, disse, sinalizando um movimento de reconstrução interna da sigla.
A pergunta que não foi feita: “E se o Marcio Rauber pegar mesmo o PL?”
Juca, ali no cantinho
A presença do vereador Juca (Podemos), que acompanhou discretamente a coletiva, também não passou despercebida, apontando possíveis reconfigurações mais amplas na Câmara e talvez o início de uma terceira via, fora do eixo Backes e Rauber.
Se a sentença for mantida pelo TRE, o cenário político local sofrerá um abalo importante, com o PT fora da Câmara e o PL ganhando fôlego para se reposicionar em 2026.
Enquanto o PT promete recorrer, o PL sai fortalecido, com discurso de legalidade e justiça cumprida. Como bem disse o Dr. Oscar: “Quem cumpre as regras colhe os resultados”.
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