O deputado estadual Ricardo Arruda (PL), conhecido por suas posições extremas e pelo discurso negacionista, voltou ao centro de uma polêmica — e mais uma vez, não por aquilo que dele se espera como parlamentar.
De acordo com reportagem publicada nesta quarta-feira (09) pelo G1, Arruda vem faltando seguidamente às sessões da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Assembleia Legislativa do Paraná, a mais importante da Casa. A ausência constante levou a colega deputada Ana Júlia (PT) a protocolar um pedido para que ele perca o assento na comissão.
A resposta do deputado foi, no mínimo, lamentável: ao invés de explicar as faltas, partiu para um ataque pessoal e machista, criticando… as roupas da deputada.
Sim, essa é a reação de um deputado estadual ao ser cobrado por não cumprir com uma de suas funções mais básicas. Ao invés de assumir a responsabilidade e tentar justificar as faltas na CCJ, preferiu desviar o foco com agressão.
Faltou à comissão, mas veio a Marechal
A notícia no portal de repercussão nacional confirma o que já se viu na semana passada em Marechal Cândido Rondon. O mesmo deputado que acumula faltas na CCJ foi recebido com tapete vermelho pela vereadora Tania Aparecida Maion.
Naquele dia, Ricardo Arruda deixou de participar de mais uma sessão da CCJ para comparecer a uma reunião pública sobre vacinação infantil, um tema fora da alçada tanto do Legislativo Municipal quanto do Estadual, e já pacificado pelo Supremo Tribunal Federal.
Em vez de estar na Assembleia cumprindo sua função, o deputado circulou por Marechal em clima de comício, deu entrevistas em rádio e jornal, e posou para vídeos ao lado da vereadora. Tudo devidamente publicado nas redes sociais. Veja:
Naquele dia, mais uma cadeira vazia na CCJ — e mais uma oportunidade desperdiçada de trabalhar pelo Paraná.

Polêmica não é ofício
A postura do deputado revela um padrão: mais presente nas redes sociais do que nas comissões, mais ativo na criação de polêmicas do que na elaboração de leis, mais empenhado em alimentar teorias do que em defender políticas públicas.
Não à toa, a cobrança por parte de colegas se intensifica. Porque já não se trata apenas de posicionamento ideológico — mas de descaso com a função para a qual foi eleito.
Enquanto Ricardo Arruda investe seu tempo em cruzadas ideológicas e ataques pessoais, o Paraná segue enfrentando seus desafios concretos e a Assembleia Legislativa precisa de deputados presentes, atuantes e responsáveis com as problemáticas do estado.
A mesma lógica vale para quem o recepciona. A vereadora Tania Aparecida, ao transformar a Câmara em palco para discursos repetitivos sobre vacinas, contribui pouco — quase nada — com os verdadeiros problemas de Marechal Cândido Rondon.
A única pauta local realmente produtiva que teve para a cidade, é preciso registrar, foi a fiscalização da frota do transporte escolar, o que lhe rendeu elogios, inclusive deste blog. Poderia fazer mais disso.
Menos palco, mais trabalho
Tanto Ricardo Arruda quanto Tania Maion parecem ter confundido cargo público com holofote.
Fazer barulho nas redes sociais pode render curtidas dos fãs. Mas não resolve o que importa. E o povo — de Marechal ou do Paraná — precisa é de quem trabalhe.
Plagiando Bornhausen, quanto criticava a esquerda com seu sotaque ariano: “temos de acabar com esse raça”.
Isso, bem poderia ser usado em desfavor “desse raça negacionista”.