O vereador Rodrigo “Pulga” Verde (União Brasil) usou a tribuna da Câmara de Marechal Cândido Rondon na sessão da Câmara desta segunda-feira (31) pela primeira vez, mas também sabendo que pode ter sido a última na atual legislatura. Até brincou com isso ao iniciar sua fala.
Mas, o que não pode ser levado como brincadeira é o conteúdo da sua fala. Ouvido com atenção pelos colegas de Câmara e pela plateia que lotou novamente o plenário, Verde reafirmou seu rompimento com a base do governo Adriano Backes e Vanderlei Sauer. Depois da brincadeira inicial, o tom do pronunciamento foi direto, firme e, em vários momentos, emotivo.
Verde afirmou que sua decisão tem como estopim o fato de não ter sido convidado para a reunião com os vereadores da base, realizada no sábado passado na casa do secretário de Governo, Gilmar Dattein.
“O prefeito disse, no início do seu mandato, que iria tratar todos os vereadores igualmente. Iria ouvir, iria chamar, iria atender. Mas, até hoje não me ligou. Desde 6 de outubro, o prefeito não falou comigo. Teve reunião com vereadores da base, até com alguns que eram da oposição… e eu fui ignorado.”
É suplente
Consciente da sua posição, Verde lembrou que é suplente e ocupa a cadeira da titular Marciane Specht, hoje secretária de Saúde, e que sua permanência no cargo pode ser ameaçada com sua decisão. Mesmo assim, reforçou: “Estarei aqui ou não. Mas sigo com o mesmo posicionamento. Honrando os 924 votos que recebi.”
Ele criticou ainda a postura do secretário de Planejamento, Anderson Bento Maria, que numa entrevista declarou que “vereador não tem que fazer indicação, tem que ir atrás de recursos com deputados”. Para Verde, a fala foi desrespeitosa com o Legislativo: “Foi infeliz. Muito infeliz. E ele precisa lembrar que foi escolhido para essa função, não eleito.”
Em tom de despedida — embora não saiba se será substituído — Verde encerrou sua fala com uma metáfora para fazer muita gente pensar: “O plantio é opcional, mas a colheita é obrigatória”.
O verde ficou maduro.
Nesta história toda onde está/estão o(s) daltônico(s)?