A entrevista de Diogo Schneider, o Bolha , concedida ao jornal O Presente nesta sexta-feira (21), era aguardada com grande expectativa. Depois das declarações do prefeito Adriano Backes na última quarta-feira (19), esperava-se um contraponto forte, revelações inéditas e um posicionamento firme sobre sua exoneração.

Com mais de 300 espectadores simultâneos, uma das maiores audiências do canal para uma pauta política, o interesse do público era evidente. No entanto, ao invés de um debate direto ou de novas informações que mudassem o boato da discussão, o que se viu foi um discurso morno, voltado mais para a autopreservação do que para um confronto real de versões .

O que se esperava e o que se viu

Havia uma clara expectativa de que Bolha traria elementos novos ao debate, reforçaria sua versão dos fatos com contundência e talvez até lançasse algumas provocações sobre os bastidores da política municipal. Mas não foi o que aconteceu.

A entrevista transcorreu num tom ameno, quase sonolento. Embora tenha sido convincente no que tange aos episódios que motivaram sua exoneração — a polêmica viagem de seus assessores para um curso em Curitiba e sua participação em eventos em Foz do Iguaçu —, as respostas foram mais externas para uma autopreservação do que para um enfrentamento direto com o prefeito Backes. Para quem esperava uma troca de farpas ou uma exposição mais crítica dos bastidores, restou a frustração.

Se houvesse margem para questionar se a exoneração teve uma vitória política, Bolha passou longe de bater o martelo nesse ponto. Quando questionado se acredita que sua saída teve motivações que vão além das alegadas “quebras de confiança administrativa”, ele se limitou a dizer que “o tempo dirá”. Uma resposta protocolar e sem o impacto esperado.

Defesa acima de tudo

Ao longo da entrevista, Bolha fez questão de destacar sua trajetória no esporte, sua dedicação à Secretaria e sua transparência na gestão pública. No entanto, faltou uma narrativa que realmente cativasse o público e trouxesse algo além do que já era esperado.

A própria condução do programa por parte da colega jornalista Ana Paula Wilmsen indicava que o entrevistado estava sendo colocado contra a parede em alguns momentos, mas ainda assim manteve uma postura mais reflexiva do que reativa.

O saldo final

Se o objetivo do Bolha era apenas esclarecer sua versão e fortalecer sua idoneidade, ele conseguiu. Mas para quem aguardava revelações bombásticas ou uma postura mais incisiva contra a administração Backes e Sauer, ficou o gosto de uma entrevista morna e sem sal.

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