Estamos a menos de cinco meses da eleição que vai definir o futuro prefeito de Marechal Cândido Rondon. A divulgação da primeira pesquisa após a definição dos pré-candidatos comprova que será um pleito acirrado.

Depois da divulgação da última pesquisa, nesta sexta-feira (10) pelo Programa do Picolo, ouso fazer uma leitura individual de cada pré-candidato, apontando prós e contras. Diante da alta porcentagem de eleitores indecisos ou que pretendem votar branco ou nulo (32,9%), como os candidatos estão conquistando (ou não) os eleitores de Marechal Cândido Rondon.

Pesquisa realizada nos dias 4, 5 e 6 de maio

 

Pesquisa realizada nos dias 2, 3 e 4 de março

Arion Nasihgil

A estagnação de Arion (PL) nas pesquisas é um sinal de alerta para sua pré-campanha. Mantendo-se sempre na faixa dos 32%, ele não demonstrou capacidade de atrair novos eleitores mesmo diante da definição e fragmentação dos pré-candidatos da situação.

Esse estancamento pode ser interpretado como uma limitação em sua capacidade de expandir seu apelo além de sua base já consolidada, o que é fundamental se quiser alcançar a vitória em 6 de outubro. A definição do vice não mudou absolutamente nada.

Arion precisa reavaliar sua estratégia de comunicação interna e externa. Precisa melhorar o diálogo com os partidos da sua base de apoio e transferir mais confiança aos próprios pré-candidatos a vereador, que são seus melhores cabos eleitorais e precisam ser fomentados.

Precisa de uma aproximação maior com o MDB. É um partido que historicamente tem uma militância forte e que pode ser essencial para que Arion inove, fure a bolha e alcance segmentos do eleitorado que ainda estão indecisos. E, como vimos, são muitos.

Adriano Backes

Embora tenha havido um crescimento considerável de Backes, de 12,8% para 26,6%, o esperado seria uma absorção maior dos votos dos outros pré-candidatos da situação que saíram da disputa (Gordinho do Suco, Sauer e Tadeu). Na pesquisa de março, o Gordinho sozinho tinha quase isso: 23%.

A falha em capturar a totalidade desses votos sugere uma possível fragilidade em sua campanha ou falta de consenso dentro do próprio grupo situacionista. Indica que, apesar do apoio do prefeito Marcio Rauber e da estrutura partidária, Backes ainda enfrenta desafios para consolidar o eleitorado à sua volta.

Isso pode ser um reflexo de percepções sobre sua capacidade administrativa porque as pessoas certamente o comparam com o atual prefeito diante do alto índice de aprovação popular de Marcio Rauber. Claramente, o grupo ainda não conseguiu promover a tal da transferência de votos. Se isso estivesse acontecendo, Backes teria que aparecer próximo dos 50% das intenções de voto.

Mas, o que pode fazer? Backes talvez necessite diferenciar-se da atual administração, especialmente considerando o desgaste natural de um grupo que está no poder há dois mandatos e com a necessidade de apresentar uma proposta de renovação que convença os eleitores. Quem tem aprovação é o Marcio, não o seu entorno.

Marcão do Povo e Viviane Rodrigues

As candidaturas avulsas de Marcão do Povo (Cidadania) e Viviane Rodrigues (PSOL) não capturaram muito a atenção dos eleitores, com 5,1% e 3,1% respectivamente. Isso indica dificuldades em suas pré-campanhas para se estabelecerem como alternativas viáveis frente aos candidatos mais consolidados.

Eles precisarão trabalhar intensamente para aumentar sua visibilidade e apresentar propostas que ressoem com as necessidades e desejos da população. O maior desafio é buscar a popularidade.

Viviane, particularmente, enfrenta o desafio do próprio partido, de esquerda, numa terra majoritariamente de direita. Dificilmente conseguirá ir além do que o PSOL conseguiu nos pleitos anteriores.

Indecisos

A crítica mais pungente nesta avaliação é a incapacidade de Arion e Backes de catalisar o apoio dos indecisos e dos votos de outros candidatos menos expressivos, mesmo com a definição clara do cenário eleitoral.

Backes, em particular, deveria estar preocupado com sua incapacidade de unificar totalmente o campo da situação, o que pode sinalizar uma vulnerabilidade que Arion poderia explorar, desde que ele também se mova além de sua zona de conforto eleitoral.

Tanto Arion quanto Backes têm desafios críticos a superar: Arion precisa provar que pode ser mais do que um candidato de oposição com suporte limitado, e Backes deve demonstrar que é a escolha de renovação e não apenas uma continuidade do status quo, para convencer um eleitorado que mostra sinais de querer mais opções.

Ambos precisam estrategicamente direcionar suas campanhas para capturar a atenção e o voto de quase 33% de eleitores que ainda estão indecisos ou dispostos a votar em branco ou anular o voto.

Sobre as pesquisas

A pesquisa de março foi contratada pela empresa Regional Produções Ltda (Picolo Esporte Notícia) junto ao Instituto Excelência Pesquisas, de Toledo. Ela foi realizada entre os dias 2 e 4 de março de 2024 e registrada no TSE sob o número PR-00849/2024. Foram ouvidas 350 pessoas presencialmente. O nível de confiança é 95% e a margem de erro é de 5,22 pontos percentuais para mais ou para menos.

O outro levantamento foi feito entre os dias 4 e 6 de maio, com 350 eleitores de Marechal Cândido Rondon. A margem de erro é de 5,22 pontos percentuais para mais ou para menos. Ela foi contratada pela Regional Produções Ltda (Programa do Pícolo) junto ao instituto Excelência Pesquisas e está registrada no TSE sob o número PR-00939/2024.

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