O PSD vive uma situação no mínimo inusitada em Marechal Cândido Rondon. Dois grupos disputam o partido no que parece mais um jogo de truco. Todo mundo grita, mas ninguém mostra o “gato”. E ainda tem um vereador que é o único no partido que tem mandato no município, mas não é ligado a nenhum dos dois grupos e fica dando uma de “sapo” ao redor da mesa.
Numa reunião realizada na sexta-feira (12), o ex-deputado Ademir Bier apresentou o empresário Luiz Carlos Cardozo como novo presidente do partido e ainda anunciou Wilson Moraes como pré-candidato a prefeito pela sigla, em oposição ao atual governo.
Por outro lado, o até então presidente do partido, secretário de Indústria e Comércio Sérgio Marcucci, defensor ferrenho do governo de Marcio Rauber, diz que não recebeu nenhuma comunicação oficial de que não era mais o presidente. Marcucci é próximo do deputado federal Evandro Roman e também tem ligação estreita com o ex-chefe da Casa Civil, Eduardo Sciarra.
Além disso, existem alguns rumores de que o próprio prefeito Marcio Rauber poderia vir a se filiar no PSD antes da eleição de 2020. Obviamente se o partido estiver com Ademir Bier e seu grupo, isso não se viabilizaria.
Correndo por fora está o vereador Ronaldo Pohl, que aliás, é o único membro do PSD local com mandato. Sem ter apoiado Roman e nem Ademir na eleição passada, Ronaldo criou uma relação política forte com o deputado estadual Marcel Micheletto, de Assis Chateaubriand, que é do PR, e muito próximo do governador.
A considerar que não haverá coligação para vereador na eleição de 2020, Ronaldo é um interessado direto no futuro do PSD em Marechal Rondon e não lhe agradou nem um pouco o fato de ter sido “escanteado” pelo grupo de Ademir Bier.
Muito provavelmente continuará esse jogo de blefes e gritos até que efetivamente alguém mostre que tem uma “manilha”, ou seja, a constituição de uma comissão provisória do partido na cidade. A não ser que o “sapo” tenha tirado o “gato” do baralho.